Hague e Kerry: não há lugar para Assad na futura Síria
Ministro britânico e secretário de Estado dos EUA pediram mais união da oposição síria moderada e projetam um governo provisório no país
Os titulares das Relações Exteriores da Grã-Bretanha e dos EUA, William Hague e John Kerry, afirmaram nesta terça-feira que não há lugar para o ditador Bashar al Assad no futuro político da Síria. Hague e Kerry participaram da reunião do grupo Amigos da Síria, em Londres. Eles se encontraram com chefes da diplomacia de outros nove países para pedir que a oposição moderada se envolva nas negociações previstas para o mês que vem em Genebra
“Deixamos claro que Assad não terá nenhum papel em uma Síria pacífica e democrática”, disse o anfitrião Hague em entrevista coletiva realizada no palacete de Lancaster House. Segundo o chefe da diplomacia britânica, “a única maneira sustentável de pôr fim a este conflito e ao sofrimento dos civis sírios é uma transição política”. Os chanceleres pediram mais união da oposição síria depois que o Conselho Nacional Sírio, uma das facções que integram a Coalizão Nacional (grupo de opositores mais moderados), dizer que não confia nas negociações com o regime de Damasco. O grupo Amigos da Síria concordou em fazer uso de seu peso coletivo para tentar estabelecer futuramente um governo transitório na Síria, de “mútuo consentimento, com poderes executivos completos”, explicou Hague.
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Na mesma coletiva, John Kerry alertou também que o conflito sírio só chegará ao fim com “uma solução negociada” e não em um “campo de batalha”. Sobre a próxima conferência de Genebra, que ainda não tem data definida, Kerry comentou que acontecerá assim que possível e enfatizou que as negociações na Suíça são “imperativas”.
Responsáveis das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, EUA, Egito, França, Alemanha, Jordânia, Itália, Catar, Arábia Saudita, Turquia e Emirados Árabes Unidos participaram da reunião. No mês passado, em um primeiro encontro em Genebra para tentar frear a escalada da violência na Síria, EUA e Rússia chegaram a uma resolução conjunta exigindo que o regime de Assad se desfaça de suas armas químicas. O acordo gerou satisfação entre os países ocidentais, mas foi insuficiente para frear a guerra civil. Aproximadamente 100 000 pessoas já morreram em decorrência dos conflitos iniciados em 2011.
(Com agências EFE e AFP)