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Gregos decidem neste domingo seu futuro na Eurozona

Por Por Alain Navarro
15 jun 2012, 11h10

Os gregos voltarão às urnas neste domingo em eleições legislativas observadas por toda a Europa com grande interesse e preocupação, já que será uma espécie de referendo a favor ou contra a permanência do país, afundado em uma grave crise financeira, na Eurozona.

As consequências destas eleições cruciais serão imediatamente discutidas na cúpula do G20 que reunirá na segunda e terça-feira em Los Cabos, no sudoeste do México, os países ricos e emergentes.

Todos os dirigentes europeus e o presidente americano, Barack Obama, advertiram aos nove milhões de eleitores gregos sobre as consequências da votação de domingo para seu próprio país e para a Eurozona.

“Estar ou não estar na Eurozona? Esta é a questão”, afirmou o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, parafraseando Hamlet de Shakespeare para resumir o dilema dos gregos no próximo domingo.

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A dois dias das eleições, realizadas depois que a votação de 6 de maio não conseguiu formar um governo, a direita e a esquerda radical parecem estar empatadas em intenções de voto neste país em profunda recessão e com uma crise social grave que o converteram no “doente” da UE.

Pesquisas não autorizadas concedem uma vantagem mínima a Antonis Samaras, de 61 anos, líder conservador do Nova Democracia (ND), sobre Alexis Tsipras, de 37 anos, chefe do Syriza, segundo um especialista.

Indecisa nesta sexta-feira, a bolsa de Atenas subiu 10,1% na véspera, mas sem conseguir apagar sua queda desde o dia 6 de maio.

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Samaras se apresenta como o fiador da manutenção da Grécia na Eurozona, ao mesmo tempo em que quer renegociar o memorando, o plano de rigor negociado com os credores internacionais em troca de ajuda financeira.

Ressaltou em um de seus discursos de campanha que “o que está em jogo nestas eleições está claro: euro ou dracma, governo de coalizão ou não governo”.

Samaras, um conservador que se apresenta ao mesmo tempo como nacionalista a eurófilo, não excluiu, se não conquistar a maioria, dirigir uma coalizão que inclua outros grupos de direita, assim como o Pasok socialista.

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Seu rival da esquerda radical, muito mais carismático, mas temido pelos mercados financeiros, exige acabar com este memorando assinado pelos partidos tradicionais “submetidos ao diktat dos credores”.

Alexis Tsipras deu um prazo de dez dias para realizar “uma verdadeira e dura” renegociação com a UE se tomar o comando na Grécia, com a perspectiva da cúpula europeia dos dias 28 e 29 de junho em Bruxelas.

“Espero que os partidos cooperem. Que todo o mundo esteja unido”, disse à AFP Michalis Vlasvianos, aposentado de 77 anos que vive com dificuldade com uma pensão mensal de 630 euros.

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Se os europeus, e em particular a chanceler alemã Angela Merkel, mostram-se intransigentes em suas mensagens à Grécia, em Atenas é considerada inverossímil uma margem de negociação e um apoio ao crescimento.

“Os termos do compromisso, a ser assinado até dezembro, estabeleceriam um prazo adicional de dois anos para o saneamento orçamentário”, afirmou à AFP um ex-conselheiro de Papademos, na liderança do país até maio.

Em dois anos, a Grécia recebeu uma ajuda maciça de 347 bilhões de euros – dois empréstimos de 110 e 130 bilhões até 2015 e um perdão da dívida de 107 bilhões – o equivalente a uma vez e meia seu PIB.

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As eleições de 6 de maio não propiciaram uma maioria, nem uma coalizão de governo, afundando o país na incerteza e provocando nervosismo na Europa e a suspensão temporária do pagamento de 2,6 bilhões de euros de ajuda.

Desde então, a Grécia parece estar à beira da quebra, com indicadores no vermelho: um PIB em queda de 6,5%, desemprego de 22,6%, uma hemorragia diária de depósitos bancários, e cofres públicos que podem estar vazios em meados de julho.

Os cenários de uma possível saída da Grécia da Eurozona, uma hipótese rejeitada por 80% dos gregos, se tornaram recorrentes nos círculos europeus e nos meios de comunicação financeiros desde 6 de maio.

O último, fechado no início de julho pelo Deutsche Bank, detalha o que poderia ser o período de altos riscos posterior a um default “tão logo quanto o fim de junho ou o início de julho”.

Este cenário prevê um controle dos fluxos de capital e das retiradas de depósitos bancários, o restabelecimento do papel do Banco da Grécia e a emissão de uma moeda ou quase moeda desvalorizada em 50% como mínimo.

A Grécia pode entregar reconhecimentos de dívida chamados de IOU (I Owe You) ou GEURO (Greekeuro) aos seus funcionários e credores.

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