Greenpeace protesta com lanchas em Moscou
Grupo ambientalista fez ato pela liberdade dos 30 tripulantes do Arctic Sunrise, presos há mais de um mês por protestar contra uma petroleira
Ativistas do Greenpeace saíram nesta quarta-feira em lanchas pelo rio Moscova, na capital russa, para pedir a liberdade dos 30 tripulantes do Arctic Sunrise presos por protestar no Ártico. “A ação ocorreu sem incidentes e detenções”, disse Jalimat Tekéyeva, porta-voz do Greenpeace na Rússia.
Os ecologistas navegaram pelo rio e passaram muito perto do Kremlin carregando cartazes pela libertação dos ativistas que estão há mais de um mês em prisão preventiva na cidade portuária de Murmansk, noroeste da Rússia. O protesto coincide com o início da audiência judicial do Tribunal Internacional do Direito do Mar (ITLOS, na sigla em inglês), com sede em Hamburgo, que aborda a reivindicação apresentada pela Holanda contra a detenção de 28 ativistas, um cinegrafista e um fotógrafo independentes.
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A Holanda recorreu em meados de outubro ao ITLOS para pressionar a libertação dos 30 tripulantes do navio do Greenpeace detidos após tentar invadir uma plataforma petrolífera da Gazprom. Os ativistas que viajavam no Arctic Sunrise, de bandeira holandesa, foram inicialmente presos por pirataria. Depois, a acusação foi alterada para vandalismo e a pena máxima caiu de quinze para sete anos de prisão. A chancelaria russa afirmou que o governo boicotará a audiência do Tribunal Internacional do Direito do Mar sobre os ativistas.
Entre os presos está a bióloga brasileira Ana Paula Maciel e outros ativistas da Rússia, EUA, Argentina, Grã Bretanha, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França.
Histórico – A guarda costeira russa rebocou em 19 de setembro o Arctic Sunrise, depois que alguns ativistas tentaram escalar uma plataforma de petróleo da empresa Gazprom para denunciar os riscos da atividade ao meio ambiente. O governo russo tem se mostrado irredutível quanto ao caso e rechaçou qualquer intervenção para anular as acusações contra os ativistas. Na semana passada, onze vencedores do Prêmio Nobel da Paz escreveram uma carta ao presidente Vladimir Putin para pedir a libertação dos membros do Greenpeace. O porta-voz do mandatário, no entanto, disse que ele não era “o destinatário adequado” para a correspondência.
(Com agência EFE)