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Governo russo adverte: protestar faz mal à saúde

Autoridades dizem que jovens devem estudar em vez de se manifestarem

Por Da Redação
9 dez 2011, 13h51

As autoridades russas, pertencentes em sua maioria ao partido governista Rússia Unida (RU), mostram seu lado mais criativo na hora de buscar pretextos para dissuadir a participação em protestos dos insatisfeitos com os resultados das eleições parlamentares de domingo. Desta vez, eles advertiram que manifestações fazem mal à saúde e, além disso, distrai dos estudos.

O chefe do Serviço Epidemiológico russo, Gennady Onishchenko, declarou nesta sexta-feira que protestar no inverno é nocivo para a saúde. “Eu recomendo não ir às manifestações levando em conta o frio que faz agora, sobretudo para as pessoas que padecem de doenças crônicas e endócrinas”, disse Onishchenko, citado pela imprensa russa. Além do mais, as grandes manifestações nas ruas poderiam “contribuir ao contágio da doença respiratória aguda”, advertiu. Uma fonte do Ministério da Educação da Rússia também afirmou, sob condições de anonimato, que os estudantes do ensino médio poderiam ser forçados a ir neste sábado à escola fazer exames de língua russa, para que não haja tempo para protestarem. O ministro da Educação russo, Andrei Fursenko, defendeu que os estudantes não devem ser chamados a participar de atos de protesto ou apoio de nenhuma natureza. “Os jovens devem estudar. Não vale a pena envolvê-los em atos de rua, e isto se refere a todas as organizações sociais”, disse Fursenko. Partidários – Contudo, essa preocupação das autoridades não impediu que em diferentes regiões russas, milhares de jovens partidários do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, comparecessem às ruas para apoiar seu líder, apesar do frio e da “necessidade de estudar”. Tocando tambor e isolados por policiais, os movimentos juvenis governistas marcharam pelo centro de Moscou sob o tema de John Williams de Star Wars, glorificando Putin e atacando o Ocidente, que “instiga os inimigos da pátria”. Essa grande manifestação, convocada pela organização Nashi (Os Nossos), foi autorizada pelos funcionários da Prefeitura da capital sem limite do número de participantes. Os opositores, que teriam que se conformar na segunda-feira com um máximo imposto de 500 manifestantes, saíram em número de entre três e cinco mil pessoas devido aos altos níveis de inconformidade em Moscou, a região mais crítica com a gestão do RU. Violência – Apesar da passeata dos movimentos governistas ter sido elogiada na televisão russa, os opositores receberam golpes das autoridades, segundo mostram as imagens recolhidas no local por várias testemunhas. “Mal saí do metrô, de repente os cosmonautas me agarraram (policiais com capacete) e me colocaram em um caminhão. Não me explicaram nada”, disse Alexei Sulin, um das testemunhas da manifestação. Mais de 1.600 opositores foram detidos desde o dia das eleições durante atos de protesto contra a fraude, enquanto os governistas permaneceram “intocáveis”. As detenções provocaram fortes críticas tanto na imprensa russa quanto no Ocidente, cuja reação negativa foi imediatamente classificada pelo primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, como uma mostra da implicação dos Estados Unidos nos protestos na Rússia. Enquanto isso, cerca de 35.000 usuários do Facebook confirmaram que se reunirão no sábado em Moscou para uma manifestação antigovernamental, que poderá ser a maior desde o último século. (Com agência EFE)


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