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Governo da Grécia suspeita de origem criminosa de incêndio

Tragédia provocou a morte de 83 pessoas, mas número de vítimas fatais poderá aumentar; arquivos do cineasta Theo Angelopoulos foram destruídos

Por Da Redação
26 jul 2018, 20h09

O governo da Grécia informou nesta quinta-feira (27) que suspeita de ação criminosa por trás do devastador incêndio florestal em regiões próximas de Atenas. As chamas e a fumaça mataram ao menos 83 pessoas e destruíram completamente a pequena cidade de Mati a leste da capital.

Em uma das piores tragédias do país,  o incêndio iniciado na noite de segunda-feira alastrou-se rapidamente por causa dos fortes ventos e prendeu dezenas de pessoas em seus carros, quando tentavam fugir das chamas.

“Nós temos sérias indicações e sinais significativos sugerindo ações criminosas de fogo posto”, disse o ministro da Proteção Civil, Niko Toskas, à imprensa. Ele afirmou que a polícia tem depoimentos nesse sentido, mas não deu mais detalhes.

“Quanto ao fogo que começou no monte Pendeli, há grandes interrogações, e não nego que um sério indício nos levou a abrir uma investigação”, completou Toskas, referindo-se à região de Mati.

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No caso do incêndio em Kineta, a oeste de Atenas, o ministro disse que há indícios de ter sido  “incêndio voluntário”. Ontem, a polícia grega investigava a origem do incêndio em três locais diferentes a leste de Atenas, enquanto um segundo grande foco de chamas ardia na parte oeste da capital grega.

“Há testemunhos, mas não posso falar mais por enquanto”, acrescentou Toskas. O governo transmitiu todos estes fatos à  Corte Suprema de Justiça, que abriu investigação preliminar na terça-feira.

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Identificação pelo DNA

O número de mortos deve aumentar nos próximos dias, à medida que cerca de 300 bombeiros e voluntários vasculham as áreas atingidas em busca de dezenas de pessoas ainda desaparecidas. Pessoas desesperadas apareceram na televisão para pedir informações sobre seus parentes desaparecidos.

Mais de 30 corpos ainda não foram identificados, segundo a rede pública de televisão ERT.  Outros estavam sob análise nesta quinta-feira pelos legistas, que esperam concluir esta tarefa no sábado, por meio de exames de DNA, explicou o chefe da equipe forense de Atenas, Nikos Karakoukis, à agência grega de notícias ANA .

Um dos legistas explicou haver muitos corpos queimados, o que dificultou o reconhecimento. As famílias não puderam fazer o reconhecimento. Um dos médicos reconheceu que, mesmo para os profissionais da saúde, “era difícil suportar” as cenas no necrotério.

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Enquanto o governo investiga a suspeita de origem criminosa do incêndio, os gregos extravasam dúvidas sobre a ausência de uma ordem de retirada das pessoas por parte das autoridades.  “Isso não deveria ter acontecido. Pessoas morreram sem razão”, disse uma mulher, chorando, ao ministro da Defesa, Panos Kammenos, enquanto ele visitava as áreas atingidas. “Vocês nos deixaram à mercê de Deus!”, completou ela.

Maria Sarieva continua à procura de sua irmã desaparecida. “Nada aconteceu ao seu carro, a casa não ficou queimada. Então,onde está ela?”, disse. “Eu acredito que ela está viva. Aonde estão eles? Eles foram a algum lugar. Onde podem estar?”, repetia, em desespero.

Uma página online para ajudar na busca por pessoas desaparecidas foi criada por programadores voluntários. Nela constavam, nesta quinta-feira as fotografias de 27 pessoas. Entre as imagens estão as das gêmeas Vassiliki e Sofia e as de seus avós. A busca desesperada do pai das meninas de 9 anos causou comoção na Grécia depois que várias emissoras de TV exibiram a história nos últimos dias.

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Reconstrução

O Ministério da Infraestrutura anunciou que metade das 2.500 casas vistoriadas na cidade de Mati não é mais habitável. Nesta manhã, funcionários do Ministério marcaram as residências com cores diferentes, dependendo de seu estado. Em várias portas, os residentes deixaram a mensagem: “Estamos bem.”

Um fundo especial também será criado para financiar a reconstrução dos edifícios destruídos, cujo orçamento inicial será de 40 milhões de euros (46 milhões de dólares) oferecidos pelo Estado grego, mas será aberto a outras doações.

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A viúva do cineasta Theo Angelopoulos relatou que os “arquivos pessoais” de seu marido foram queimados durante o incêndio que devastou a casa da família.

Associações locais têm ajudado os sobreviventes, fornecendo-lhes roupas, comida e alojamento nas localidades vizinhas. Além disso, o governo grego anunciou na quarta-feira uma série de medidas de emergência para ajudar os afetados: do pagamento de indenização pela perda de familiares e domicílios à isenção no pagamento de energia elétrica.

(Com Reuters e AFP)

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