Governo afegão condena ataque; EUA prometem investigar
Soldado americano abriu fogo contra civis em Kandahar, matando 16 pessoas
O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, condenou neste domingo o ataque cometido por um soldado americano contra civis afegãos, em que morreram 16 pessoas. Karzai classificou o episódio como “proposital” e imperdoável”. Já o governo dos Estados Unidos está profundamente preocupado com as repercussões da chacina, de acordo com a Casa Branca. Em comunicado, os EUA informam que o presidente Barack Obama foi avisado sobre o massacre e está monitorando de perto a situação.
O gabinete de segurança nacional de Obama inclui os secretários de Estado, de Defesa, de Segurança Interna, e os titulares da CIA e do FBI. O general americano John Allen, comandante das forças da Otan no Afeganistão, prometeu uma “rápida investigação” sobre o ocorrido.
Dezesseis civis afegãos, entre eles crianças e idosos, morreram atacados por um soldado americano que saiu, na madrugada deste domingo, de sua base na província de Kandahar, bastião talibã do sul do Afeganistão, para cometer o massacre.
A Força Internacional de Assistência para Segurança (Isaf, missão militar da Otan no Afeganistão) divulgou um comunicado no qual lamenta o incidente e expressa suas condolências às famílias dos envolvidos. A nota informou que o autor dos disparos havia sido detido, mas não revelou o número de vítimas causadas por sua ação. O texto também não indicou o motivo que o teria levado a cometer o massacre, sobre o qual a Isaf anunciou que abrirá uma investigação.
Conforme fontes militares disseram posteriormente, o soldado pode ter sofrido uma crise nervosa que o fez perder o controle. O massacre ocorreu em meio a um forte clima antiamericano no Afeganistão registrado após a queima do Corão por soldados dos Estados Unidos no final de fevereiro na base de Bagram, próxima a Cabul e a principal da Otan em solo afegão. Cerca de 30 pessoas morreram na repressão das manifestações de protesto convocadas em diversos pontos do Afeganistão contra a profanação, que o comando americano lamentou e atribuiu a “um equívoco”.
(Com agências France-Presse e EFE)