O Estado de Nova York tem pelo menos 25.665 casos confirmados do novo coronavírus e o total de infectados está duplicando a cada três dias, segundo afirmou o governador Andrew Cuomo nesta terça-feira, 24. O democrata cobrou o governo federal por mais ajuda na luta contra a Covid-19 e afirmou que seu estado deve ser tratado como prioridade pela Casa Branca neste momento.
“Não achatamos a curva, a curva está aumentando, na verdade”, lamentou Cuomo, em um tom mais sóbrio do que havia usado em dias anteriores. “O pico está mais alto e chegou mais rápido do que pensávamos”, disse.
Além dos casos confirmados, Nova York registrou 153 mortes. Em uma coletiva de imprensa nesta terça, o governador cobrou das autoridades do governo de Donald Trump o envio de mais equipamentos médicos e respiradores para o tratamento de pacientes.
Segundo Cuomo, a Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês) enviou 400 respiradores para o estado, mas Nova York precisa de ao menos 30.000 neste momento. “O que eu devo fazer com 400 respiradores quando eu preciso de 30.000?”, questionou. “Escolham vocês as 26.000 pessoas que vão morrer, porque só mandaram 400 respiradores”, disse, em um recado ao governo federal.
O governador afirmou ainda que os recursos federais reservados para a luta contra o coronavírus devem ser destinado primeiro ao seu estado e depois alocados no restante do país. “O que acontece com Nova York vai acabar acontecendo nos estados da Califórnia, Washington e Illinois; é só uma questão de tempo”, disse. “Simplesmente chegamos lá primeiro”.
O estado de Nova York, na costa leste dos Estados Unidos, tornou-se epicentro da epidemia do novo coronavírus no país. A região é responsável por metade dos casos americanos.
A multiplicação dos casos foi causada pela intensa capacidade de disseminação do vírus, segundo autoridades de saúde. Mas também por causa do aumento significativo da quantidade de testes realizados.
Desde domingo 22, todos os negócios não essenciais foram fechados por decreto estadual. Ainda permanecem abertos supermercados, farmácias, lavanderias, mecânicas de automóveis e parques. Restaurantes e cafés só podem operar oferecendo serviço de entrega.
Os novaiorquinos foram orientados a ficar dentro de casa, exceto por necessidades como alimentos, remédios e exercícios curtos. Serviços de transporte público, como metrô e ônibus, continuam operando de forma reduzida.
Nesta terça, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que os Estados Unidos podem se tornar o novo epicentro da pandemia de coronavírus, em meio a uma “grande aceleração” no número de casos.