Manama, 20 fev (EFE).- Uma marcha fúnebre realizada na capital do Bahrein, Manama, terminou nesta segunda-feira em violentos enfrentamentos entre a polícia e os presentes na cerimônia, quando estes tentaram se aproximar da emblemática praça Lulu.
Segundo a oposição do país, dezenas de pessoas se aproximaram do local, epicentro da revolta a favor da democracia que ocorreu há um ano, enquanto centenas de presentes entraram em choque com a polícia nos arredores da praça.
O funeral era de um jovem de 19 anos que morreu há alguns dias durante os distúrbios que precederam à comemoração do primeiro aniversário da revolta, em 14 de fevereiro.
Sua família afirma que ele se queimou de forma acidental mas que teve medo de ir a um hospital por temer ser detido pela polícia, que afirma que o jovem cometeu suicídio.
Nos distúrbios de hoje, dezenas de pessoas foram presas, ao mesmo tempo em que o fluxo de manifestantes que chegam à praça Lulu ainda não terminou.
Estes novos incidentes coincidem com a absolvição nesta segunda-feira de Matar Ibrahim Matar, ex-deputado do principal partido da oposição xiita em Bahrein, Al Wifaq, acusado de pedir a queda do regime do regime, segundo o próprio explicou à Efe.
Matar, que fazia parte do grupo de 18 parlamentares que renunciou em fevereiro devido à repressão dos protestos contra o governo, foi preso em maio do ano passado e libertado três meses depois, no começo de agosto.
O opositor disse que a decisão judicial de hoje ‘é um passo correto, e espero que o resto de detidos tenha oportunidade de um julgamento justo’.
Além de Matar, também foi liberada nesta segunda-feira a jovem blogueira Zainab al Jauaya, detida há uma semana quando tentava dirigir-se à praça Lulu.
O reino de Bahrein, com uma maioria xiita do 70%, foi palco em 2011 de revoltas populares contra a minoria sunita que governa o país, liderada pelo rei Hamad Bin Issa al-Khalifa. EFE