Uma patrulha do Exército francês disparou contra um avião do Exército líbio “que violava a resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU” ao aterrissar em uma base militar e o derrubou, disse nesta quinta-feira o estado-maior francês. A operação ocorreu durante uma das missões do Exército francês em Misrata, cidade sob controle dos rebeldes e que há dias é atacada por tanques e franco-atiradores das forças leais ao ditador Muamar Kadafi.
O incidente, que não foi confirmado pela coalizão, seria a primeira violação à zona de restrição aérea no país, imposta desde sábado pelas forças da operação “Odisseia do Amanhecer”, que visa ainda a proteger os civis dos ataques de Kadafi. Em uma entrevista coletiva, oficiais das Forças Armadas francesas disseram apenas que seus jatos atacaram uma base militar a 250 quilômetros da costa mediterrânea da Líbia, durante a noite.
O ataque foi realizado com mísseis Scalp disparados por patrulhas de Rafales e Mirages 2000-D, declarou o coronel Thierry Burkhard, porta-voz do estado-maior, sem precisar a localização exata da base. O Soko G-2 Galeb é uma aeronave desenvolvida pela Iugoslávia, com um motor e duas cadeiras, usada para ataques à terra e missões de reconhecimento.
Mais cedo, as forças de coalizão já haviam atacado tanques do governo nos arredores de Misrata. Contudo, não impediram o avanço das forças de Kadafi. Protegido pela escuridão da noite, os tanques bombardearam uma área perto do principal hospital principal da cidade, retomando o seu ataque, segundo moradores e rebeldes.
As forças leais ao coronel Muamar Kadafi já mataram 109 pessoas e feriram mais de 1.300 em uma semana durante sua ofensiva contra Misrata, um reduto rebelde a leste de Trípoli, segundo médicos do hospital local.
Previsão – O chanceler francês, Alain Juppé, disse nesta quinta-feira que a destruição do poderio militar do ditador líbio deve ser atingida em “questão de dias ou semanas, e não meses”. Juppé defendeu o ritmo da campanha militar para impor uma zona de exclusão aérea na Líbia e disse que ninguém deveria ter esperado que o desmantelamento da capacidade militar de Kadafi ocorresse em alguns dias.
O ministro das Relações Exteriores francês disse esperar que a campanha no país sirva de aviso a outros regimes ditatoriais. “Venho dizendo que o trabalho de um ditador é de alto risco. Esperemos que tudo isso sirva de exemplo”, afirmou Juppé.
Também nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, afirmou que seu governo continua em contato com rebeldes líbios a quem disse ter pedido que iniciem preparativos para um processo de transição de poder.
Negociações estão sendo feitas com o Conselho Nacional Interino, baseado em Bengasi, e um representante da organização foi convidado para a conferência internacional sobre a Líbia que o governo britânico organiza em Londres, na próxima terça-feira.
(Com agência EFE)