Forças dos EUA matam menino afegão por acidente
Garoto de 4 anos foi atingido por fuzileiros em área de baixa visibilidade
Forças dos Estados Unidos no Afeganistão mataram por acidente um menino afegão de quatro anos, disseram autoridades do Afeganistão nesta sexta-feira. O trágico episódio é o mais recente caso a abalar as relações entre os dois aliados. Os laços EUA-Afeganistão foram prejudicados pela recusa do presidente afegão, Hamid Karzai, em assinar um acordo bilateral de segurança que possibilitaria a presença militar americana em solo afegão após a saída da maior parte das tropas estrangeiras.
Os EUA afirmam que não podem manter tropas no país sem um acordo assinado. A retirada completa das forçasamericanas deixaria o Afeganistão por sua própria conta para combater o Talibã. Karzai exige o fim de todas as operações militares unilaterais dos EUA em território afegão, entre outras coisas, para assinar o pacto. Segundo ele, essas ações causam mortes de civis.
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“Nós pedimos o fim absoluto das operações militares da Otan em casas e vilarejos de forma a evitar tais mortes, em que crianças e civis inocentes são as vítimas”, disse o porta-voz do presidente, Aimal Faizi, ao comentar sobre a morte do menino. Um porta-voz do governo da violenta província de Helmand disse que marines dos EUA atiraram por engano no menino, na quarta-feira, porque a visibilidade era ruim.
Liberação de prisioneiros – O Afeganistão anunciou que vai liberar os prisioneiros mantidos pelos EUA, quando o país dirigia a prisão de Bagram, por falta de provas contra eles, informou a imprensa local nesta sexta-feira. A agência de inteligência do país asiático considera que 72 dos 88 prisioneiros são inocentes ou pequenos criminosos, de acordo com um comunicado do presidente Karzai.
A investigação da agência de inteligência afegã concluiu que não existem acusações contra 45 dos detidos. Além deles, 27 presos são acusados de delitos menores e apenas 16 deles são criminosos e supõem uma ameaça. Karzai deu instruções para que os prisioneiros contra os quais não existam provas sejam libertados, embora não tenha vazado informação, nem a data e nem o número concreto de pessoas que serão liberadas.
Os Estados Unidos se opõem à medida já que consideram estes presos uma ameaça contra a segurança. “Estes 72 detidos são criminosos perigosos contra os quais existem sólidas evidências que os vinculam com crimes de terrorismo, incluindo o uso de artefatos explosivos improvisados, o maior assassino de civis afegãos”, disse ontem a porta-voz de Departamento do Estado americano, Jen Psaki.
(Com agências Reuters e EFE)