Fisesp visita parlamento de Israel e alerta: ‘Lula não nos representa’
Missão da Federação Israelita do Estado de São Paulo discutiu temas espinhosos com chefe do Knesset, Amir Ohana, como reconhecimento da Palestina
![Delegação da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) faz reunião com chefe do parlamento de Israel, Amir Ohana, em Jerusalém. 23/05/2024 -](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2024/05/Imagem-do-WhatsApp-de-2024-05-23-as-14.28.00_f9d56cb8.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Uma delegação da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) se encontrou nesta quinta-feira, 23, com Amir Ohana, líder do Knesset, o Parlamento israelense, em Jerusalém. De acordo com a organização, o objetivo era demonstrar “apoio total” da comunidade judaica a Israel em sua guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, numa visita que ocorre logo após três nações europeias anunciarem que vão passar a reconhecer o Estado da Palestina.
Marcos Knobel, presidente da Fisesp e líder da missão de 43 dirigentes comunitários brasileiros que viajou a Jerusalém no domingo, 19, garantiu a Ohana que Tel Aviv tem o apoio do povo brasileiro e que as opiniões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não refletiriam a forma como a população pensa.
No início deste ano, o petista foi declarado persona non grata pelo governo israelense após ter comparado as mortes de civis palestinos em Gaza — que chegaram a 35 mil — com o Holocausto dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
“O povo brasileiro está com Israel. O posicionamento da comunidade judaica é de total apoio a Israel. As opiniões do presidente Lula não representam a opinião da maioria dos brasileiros, que apoiam Israel em sua luta contra o Hamas”, declarou Knobel.
O presidente da Fisesp também emitiu apoio ao combate ao antissemitismo e ao “retorno imediato” dos cerca de 125 reféns que ainda estão na Faixa de Gaza.
Reconhecimento da Palestina
Durante a reunião com as lideranças brasileiras, Ohana afirmou que o recente reconhecimento por Noruega, Espanha e Irlanda do Estado Palestino “não ajuda em nada o futuro da região” e “acaba premiando o Hamas” após os ataques terroristas de 7 de outubro, que fizeram eclodir a guerra em Gaza.
Após o encontro, Ohana publicou um agradecimento à delegação brasileira no X, antigo Twitter, reafirmando os laços entre Israel e os judeus da diáspora.
Met with the Keren HaYesod delegation of Jewish communal leadership from Sao Paolo, Brazil, to talk about Israel’s strategic vision for combating terror & antisemitism worldwide. Thank you for your solidarity & for reaffirming the imperishable bond between Israel & diaspora Jews. pic.twitter.com/wgqpylPtRN
— Amir Ohana – אמיר אוחנה (@AmirOhana) May 23, 2024
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O presidente Lula exaltou a decisão das nações europeias de reconhecer a Palestina como um Estado, como fez o Brasil em 2010. No X, o brasileiro afirmou que a iniciativa dos europeus é “histórica por duas razões”:
“Faz justiça em relação ao pleito de um todo um povo, reconhecido por mais de 140 países, por seu direito à autodeterminação. Além disso, essa decisão terá efeito positivo em apoio aos esforços por uma paz e estabilidade na região. Isso só ocorrerá quando for garantida a existência de um Estado Palestino independente”, escreveu Lula.
“O Brasil foi um dos primeiros países na América Latina a assumir essa posição, quando em 2010 reconheceu o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”, concluiu o presidente.