Filho de Prigozhin quer ser novo líder do Grupo Wagner, diz instituto
Pavel Prigozhin, de 25 anos, pode herdar cargo ocupado pelo pai, Yevgeny, na liderança do grupo mercenário russo
O think tank Instituto para o Estudo das Guerras (ISW), com sede na capital dos Estados Unidos, Washington, D.C., informou nesta segunda-feira, 2, que o comando do Grupo Wagner, exército mercenário russo desmantelado após uma tentativa de golpe contra o Kremlin, pode voltar a ser exercido pela família Prigozhin.
O nome de Pavel Prigozhin teria emergido como solução para ocupar o cargo e frear a tentativa do governo russo de controlar a organização. Ele é filho do ex-líder mercenário Yevgeny Prigozhin, que liderou a rebelião dos combatentes e morreu em uma suspeita queda de avião em agosto, exatamente dois meses após o motim.
O presidente da Rússia, Vladmir Putin, porém, apoia publicamente a figura de Andrey Troshev, um ex-comandante do Grupo Wagner que atualmente está associado ao Ministério da Defesa do país.
O alinhamento com o Kremlin tem dividido os paramilitares entre quem apoia a supervisão de Moscou e quem presa pela autonomia, para quem o herdeiro de Prigozhin surge como uma alternativa. Segundo o ISW, ele conta com o respaldo do chefe do Serviço de Segurança do Grupo Wagner, Mikhail Vatanin, e estaria em negociação direta com a Guarda Nacional Russa para reintegrar o grupo nos combates da guerra na Ucrânia.
O gesto, de acordo com o think tank americano, sinalizou aos membros do Grupo Wagner que eles não precisam se subordinar ao Ministério da Defesa, além de ter traçado um caminho possível para preservar a independência de seu nome, símbolos, ideologia, estrutura de liderança e princípios de funcionamento.
Uma avaliação do ISW sugeriu que uma liderança unificada é essencial para que o grupo sobreviva. A morte de Yevgeny Prigozhin suscitou não só a desunião política, como também o afastamento geográfico dos integrantes. Os principais combatentes estão espalhados por Belarus, República Centro-Africana, Líbia, Mali, e outros países do continente africano.
Alguns relatos sugerem que o chefe da Guarda Russa, Viktor Zolotov, considera integrar combatentes do Grupo Wagner como uma unidade distinta dentro do exército oficial. Entretanto, não há detalhes sobre essa possível atuação conjunta.