Filha de Saddam Hussein quer publicar memórias do pai
Raghad Hussein procura editora para transformar em livro texto escrito à mão
A filha mais velha do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, morto em 2006 aos 69 anos, está à procura de uma editora para publicar as memórias do pai, informou a rede de televisão Al Arabyia. Exilada na Jordânia desde 2003, após a invasão americana que depôs o antigo presidente iraquiano do poder, Raghad Saddam Hussein pretende que os direitos do livro sejam adquiridos por uma casa editorial internacional.
Escrito à mão, o texto atribuído a Saddam Hussein é considerado o único do tipo com autenticidade comprovada, segundo o advogado de Raghad, Haitham Nabil al Harsh: “Essas são as únicas memórias reais de Saddam Hussein, que ele escreveu à mão, e serão publicadas assim que encontrarmos uma editora”, declarou Harsh à Al Arabyia. Não se sabe ao certo quando nem por quanto tempo Saddam escreveu o texto, nem que tipo de conteúdo ele teria.
Ainda segundo a Al Arabiya, Raghad Saddam Hussein contesta diversos trechos do livro Saddam Hussein: From an American Cell – This Is What Happened (Saddam Hussein: De uma cela americana – Isso é o que aconteceu), publicado em 2009 pelo advogado de seu pai, Khalil al Delimi. Baseada em diários e conversas, a obra traz poemas e uma carta de Saddam, mas também relata supostos planos do ex-ditador de fugir da prisão, o que Raghda não admite.
Escritor – Traço menos conhecido de sua personalidade, a literatura era um dos hobbies de Saddam Hussein – ao menos ele gostava de passar essa impressão. Ele teria escrito quatro romances, embora jamais tenha sido comprovado se era de fato o autor ou simplesmente os assinou aproveitando-se do trabalho de um “ghostwriter”.
Nenhuma das obras foi publicada em português, mas existem traduções do árabe para o inglês: Get Out, You Damned One (algo como Cai Fora, Maldito), Walled Fortress (Fortaleza Murada), Men and the City (Os Homens e a Cidade) e Zabiba and the King (Zabiba e o Rei). Esse último é descrito no site da Amazon como “uma história de amor alegórica entre um rei poderoso (Saddam) e uma simples plebeia chamada Zabiba”, que é estuprada por “um marido cruel e sem amor a ela (os Estados Unidos)”.
O site da Amazon traz uma curiosa informação adiconal: pessoas que procuraram pelo livro de Saddam também buscaram por Minha Luta (Mein Kampf), de Adolf Hitler.