O FBI, o departamento de investigação federal dos Estados Unidos, realizou nesta segunda-feira, 8, uma operação de busca na casa do ex-presidente Donald Trump em Palm Beach, na Flórida. A informação foi confirmada pelo próprio republicano à rede CNN.
Em nota, Trump afirmou que sua mansão, conhecida como Mar-a-Lago, está “no momento sob cerco, invadida e ocupada por um grande grupo de agentes do FBI”.
De acordo com a CNN, Trump se negou a dizer o motivo pelo qual os agentes estão no local, mas afirmou que a operação não foi anunciada e “eles até mesmo arrombaram o meu cofre”.
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“Após trabalhar e cooperar com agências relevantes do governo, esta operação não anunciada em minha casa não é necessária ou apropriada”, escreveu.
À agência de notícias Associated Press, a porta-voz do Departamento de Justiça, Dena Iverson, disse que a agência não iria comentar se o secretário de Justiça, Merrick Garland, havia autorizado pessoalmente a busca.
Embora o teor da busca ainda não tenha sido divulgado, o ex-presidente já havia sido alvo neste ano de um comitê da Câmara dos Deputados que investiga se ele teria violado a Lei de Registros Presidenciais após caixas de documentos da Casa Branca serem descobertas em sua residência na Flórida e surgirem relatos de que ele destruiu registros enquanto estava no cargo. O Departamento de Justiça está investigando o caso.
Além disso, nesta segunda-feira, o portal de notícias Axios revelou fotos de duas supostas ocasiões em que o ex-presidente teria jogado documentos oficiais em um vaso sanitário. Nas imagens, não está claro o conteúdo dos manuscritos, mas, de acordo com o jornal, eles teriam sido escritos com a caligrafia de Trump em marcador preto.
Segundo a Administração Nacional de Arquivos e Registros dos EUA, agência independente ligada ao governo, Trump teria levado ao menos quinze caixas de documentos da Casa Branca após deixar a Presidência.
Embora os registros sejam centrais para qualquer Presidência, no caso de Trump são ainda mais importantes já que estão no centro de outra comissão da Câmara, que analisou a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, que tinha objetivo de impedir a certificação de vitória do presidente Joe Biden e deixou cinco mortos.
Segundo o comitê investigativo da Câmara, Trump não apenas falhou em agir, mas optou conscientemente por não agir. Testemunhas disseram que o ex-presidente não fez um único telefonema para autoridades de segurança durante o ataque ao Capitólio, nem para funcionários do então vice-presidente, Mike Pence, ou do governo em Washington, D.C.