Farc pedem ‘oportunidade para a paz’, mas recusam rendição
Esta é a primeira declaração dos terroristas após morte de líder nº 2
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se pronunciaram pela primeira vez desde a morte de “Mono Jojoy”, o chefe militar número dois do bando. Por meio de um comunicado, os narcoterroristas disseram que continuam “reivindicando uma oportunidade para a paz”, mas descartaram a rendição proposta pelo presidente Juan Manuel Santos na última quinta-feira.
Os guerrilheiros não poupam declarações contraditórias. Em certo momento, dizem que “o único caminho é a solução política e pacífica para o conflito social e armado interno; as demais estratégias só contribuem para prolongar a espiral da guerra”. Para depois afirmar: “Apesar de todas as faces dos confrontos, seguiremos enfrentando enquanto tivermos apoio das pessoas humildes. Aí está o segredo que nos projeta um futuro tanto na selva quando nas cidades colombianas.”
Além disso, insistem em dizer que já propuseram “uma conversa com o presidente Santos”, como se fossem políticos e não criminosos que seqüestram, matam, roubam, estupram e traficam drogas desde 1964. Santos já disse repetidamente que só dialogará com as Farc se seus membros renunciarem ao terrorismo e à luta armada e, na última quinta-feira, afirmou que seguiria com as ofensivas militares até que todas as guerrilhas fossem desmobilizadas.
Depois da morte do fundador das Farc, Manuel “Tirofijo” Marulanda, e dos líderes Raúl Reyes e Iván Rios, em 2008, a morte de Jojoy é o o principal golpe desferido pelas forças do governo contra o grupo. Ele fazia parte de uma célula das Farc que lidava diretamente com o tráfico de drogas. Sua morte desmantela a estrutura de “negócios” que sustenta a guerrilha. Enfraquecidos e sem o chefe da atividade criminosa que mantém o grupo de pé, As Farc ficam sem saída. Terão, mais que nunca, de ceder e negociar a rendição.