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Facebook afirma que pode limitar conteúdos se eleição dos EUA gerar caos

Diretor de assuntos globais da rede, Nick Clegg, disse que há 'opções de última hora' se houver um 'conjunto de circunstâncias extremamente caóticas'

Por Da Redação
Atualizado em 22 set 2020, 19h20 - Publicado em 22 set 2020, 18h43
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  • Em entrevista publicada pelo jornal Financial Times nesta terça-feira, 22, o diretor de assuntos globais do Facebook, Nick Clegg, disse que a rede social será capaz de “restringir a circulação conteúdo” no dia da eleição geral nos Estados Unidos, 3 de novembro, para conter um eventual cenário de violência generalizada.

    “Existem algumas opções de última hora disponíveis para nós se realmente houver um conjunto de circunstâncias extremamente caóticas e, pior ainda, violentas”, disse Clegg.

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    O estímulo pela rede social à violência preocupa o Facebook. A plataforma é criticada pela demora a derrubar um grupo e um evento que promovia a formação de uma milícia em Kenosha, no estado americano de Wisconsin, em meio aos protestos pelo caso Jacob Blake, durante os quais duas pessoas foram mortas supostamente por um miliciano de 17 anos de idade.

    O diretor não especificou quais serão as medidas de restrição e como elas serão impostas para que, segundo o Times, hackers não consigam antecipar o sistema de segurança nem se preparar para um ataque cibernético à plataforma.

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    Clegg afirmou que caberá aos principais dirigentes, como ele e a diretora operacional, Sheryl Sandberg, tomar as decisões mais importantes sobre restrição, as quais, por sua vez, poderão ser vetadas pelo CEO e co-fundador, Mark Zuckerberg.

    O diretor também lembrou que a plataforma já aplicou “medidas bastante excepcionais” durante cenários de tensão social em outros lugares ao redor do mundo, como no Sri Lanka e em Mianmar. Nesses casos, houve a contenção de conteúdos compartilhados por usuários com histórico de denúncias e de postagens consideradas sensacionalistas mesmo que não se enquadrassem nas regras de discurso de ódio.

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    Antecipando as eleições americanas deste ano, o Facebook anunciou no início de setembro uma série de medidas de controle de conteúdo. Entre elas estão o banimento de novos anúncios eleitorais na véspera do pleito e a rotulação de postagens de candidatos ou campanhas eleitorais que alegarem a vitória prematuramente — Clegg destacou a preocupação com a lentidão da contagem dos votos por correio, que neste ano será maior por conta da pandemia de Covid-19.

    Fake news

    Críticos ainda ressaltam, no entanto, que a rede social é incapaz de bloquear certas notícias falsas, em especial vindas das próprias campanhas políticas. Em um caso datado do final de agosto, o deputado republicano Steve Scalise postou um vídeo comprovadamente manipulado de uma entrevista do candidato democrata à Presidência, Joe Biden, ao ativista progressista Andy Barkan.

    O objetivo era afirmar que Biden apoiava o polêmico movimento Defund the Police, que visa cortes no financiamento das forças policiais.

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    Há quatro meses, o candidato democrata declara ser contra o movimento. “Não precisamos cortar fundos dos departamentos de polícia, temos que garantir que eles atendam aos padrões básicos mínimos de decência”, disse Biden em julho.

    A postagem de Scalise nunca foi derrubada pelo Facebook, tendo sido retirada por conta própria pelo próprio deputado.

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