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Extrema-direita vence eleição distrital pela primeira vez na Alemanha

Resultado inédito é visto por especialistas como divisor de águas na política alemã

Por Da Redação
26 jun 2023, 17h02
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    Robert Sesselmann do partido de extrema-direita foi eleito líder distrital em Sonneberg. (Reprodução/Twitter)

    Pela primeira vez, o partido de extrema direita alemão Alternative für Deutschland (Afd) elegeu um candidato neste domingo, 25, para líder distrital, cargo equivalente a prefeito, na cidade de Sonneberg, no estado de Turíngia. Robert Sesselmann ganhou no segundo turno com 52,8% dos votos e tirou do poder o atual líder local, o democrata-cristão (CDU) Jurgen Kopper, que recebeu 47,2%.

    O resultado inédito é um divisor de águas na Alemanha. A ramificação do AfD no estado de Turíngia é classificada por exemplo, como extremista de direita por serviços da inteligência do país.

    O pleito do final de semana representa o mais recente sucesso do partido, que atingiu níveis recordes de popularidade nas últimas pesquisas nacionais. Atualmente , o partido tenta capitalizar uma onda de insatisfação contra a coalizão do governo do chanceler Olaf Scholz (SPD) com os verdes e o Partido Democrático Liberal (FDP).

    Fundado em 2013, o partido entrou pela primeira vez no Parlamento nacional em 2017, depois de uma campanha focada em pautas anti-imigração e insatisfações com os rumos econômicos do país. Hoje, as pesquisas mais recentes mostram 20% de apoio ao partido, mais que o dobro em relação ao ano passado, e semelhante aos sociais-democratas, enquanto os Verdes teriam 13% e a oposição CDU 26%. Para as eleições federais de 2025, o partido planeja nomear um candidato para concorrer ao cargo de chanceler.

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    Alguns especialistas afirmam que a vitória da Afd daria ao partido um impulso necessário para expandir sua influência necessária. Segundo as pesquisas, a legenda tem um peso forte na região da antiga Alemanha Oriental comunista e inclusive deve vencer as eleições estaduais em três estados do Leste: a Saxônia, Turíngia e Brandemburgo.

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    Os partidos estabelecidos, desde os Sociais-Democratas (PSD) à União Democrata-Cristã  (CDU), bem como as organizações da sociedade civil, consideraram o resultado como um ponto de inflexão no qual os defensores da democracia teriam que encontrar uma maneira de responder. Entre organizações, o Conselho Central de Judeus na Alemanha afirmou estar descontente com o resultado. 

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    “Para ser claro, nem todo mundo que votou no AfD tem uma mentalidade extremista de direita”, disse o presidente, Josef Schuster, ao jornal alemão Jüdische Allgemeine. “Mas o partido cujo candidato eles elegeram é, de acordo com o serviço de inteligência regional, extremista de direita. Isso é o rompimento de uma barragem, que os poderes políticos deste país não podem simplesmente enfrentar no queixo.”

    Além de Schuster, o vice-presidente executivo do Comitê Internacional de Auschwitz, Christoph Heubner, falou que era um dia “triste” para Sonneberg, a Alemanha e a democracia.

    “A maioria dos eleitores deu as costas à democracia e decidiu deliberadamente a favor de um partido de destruição extremista de direita, dominado pelos nazistas”, disse.

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    O município de Sonneberg tem cerca de 57.000 habitantes e é uma das menores regiões administrativas da Alemanha, com participação dos eleitores baixa, de apenas 58%. No entanto, o resultado das eleições vai além da própria cidade, já que foi reconhecido em todo país. Diversos cientistas políticos chamaram isso de um alerta aos partidos estabelecidos, que uniram as forças junto com outras organizações para apoiar Kopper e tirar Sesselmann da disputa, uma estratégia que não foi bem sucedida. 

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