Várias explosões contra centros das forças de segurança em Idleb (noroeste da Síria) deixaram mais de 20 mortos nesta segunda-feira, a maioria militares, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). A televisão síria, por sua vez, noticiou oito vítimas fatais e mais de cem feridos.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram mais de 9.400 pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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“Mais de 20 pessoas, a maioria membros das forças de segurança, morreram em fortes explosões que sacudiram a cidade de Idleb e tinham como alvos centros de segurança da cidade”, afirma o OSDH em um comunicado. A televisão oficial afirmou que as “explosões terroristas” provocaram oito mortes e deixaram dezenas de feridos, civis e membros das forças de segurança.
A imprensa estatal informou também sobre mais dois ataques, um com lança-granadas contra a sede do Banco Central Sírio em Damasco, que ficou com a fachada levemente danificada, e outro contra uma patrulha policial, no qual quatro agentes ficaram feridos.
A emissora exibiu imagens de corpos e manchas de sangue, assim como edifícios atingidos e moradores desesperados. “Esta é a liberdade que pedem? Onde está a liberdade?”, questionaram alguns, enquanto outros gritavam “Deus, Síria, Bashar e é tudo!”, o lema de apoio ao ditador Bashar Assad, que não reconhece a rebelião no país e afirma lutar contra “grupos terroristas armados”.
ONU – Um ativista opositor em Idleb disse que as explosões ocorreram no início da manhã e uma delas aconteceu a cerca de 200 metros do hotel onde estão hospedados dois membros da missão de observadores da ONU que está no país. Quinze observadores militares desarmados já estão na Síria, e hoje devem chegar mais 30. A UNSMIS será formada ao todo por 300 componentes.
O principal objetivo da missão é comprovar o cumprimento do plano de paz para a Síria, vigente desde 12 de abril, que estipula o fim da violência, a retirada dos tanques das cidades, a libertação dos detidos de forma arbitrária e o início de um diálogo entre o governo e a oposição.
(Com agências EFE e France-Presse)