(Atualiza com nova versão dos fatos do Exército Livre Sírio).
Damasco/Cairo, 10 fev (EFE).- O Exército Livre Sírio (ELS), integrado por militares desertores, disse que não foi o autor das explosões contra duas sedes das forças da ordem em Aleppo, que causaram 25 mortes nesta sexta-feira, mas de um ataque prévio com armas leves.
O número dois do ELS, Malek Kurdi, disse à Agência Efe no Cairo, por telefone da Turquia, que as duas explosões aconteceram após a retirada de uma brigada de militares desertores que atacaram os dois edifícios com armas leves, mas que eles não estiveram por trás das explosões.
‘Pensamos que as duas explosões foram preparadas e executadas pelo mesmo regime para cobrir seus crimes em outras cidades’, declarou Kurdi.
Anteriormente, o comandante-em-chefe do ELS, coronel Riad al Assad, havia afirmado à Efe que seu grupo era o autor das explosões, mas Kurdi não explicou o motivo da confusão inicial.
‘Grupos nossos atacaram estes dois edifícios, mas não estava previsto o uso de explosivos, mas o de armas leves e lança-granadas, porque não temos a logística para realizar um ataque dessa magnitude’, frisou Kurdi.
O Ministério da Saúde sírio, segundo a televisão oficial, destacou que os números de mortos e feridos são provisórios, já que foram contabilizadas apenas as vítimas que chegaram até agora aos hospitais de Aleppo, 360 quilômetros ao norte de Damasco e capital econômica do país.
As explosões tiveram como alvo uma sede da Agência de Inteligência da Polícia Militar, no bairro de Novo Aleppo, e um edifício das forças antidistúrbios, situado na zona de Al Sajur, detalhou a televisão oficial, que descreveu os responsáveis como ‘grupos terroristas’.
Uma moradora de Aleppo, que se identificou como Mayada, afirmou à Efe que as explosões foram consecutivas e foram ouvidas em outros pontos da cidade.
‘As paredes e as camas tremeram. Minhas filhas começaram a chorar, foi aterrorizante’, disse Mayada, mãe de três meninas, por telefone.
A televisão oficial mostrou ao vivo os corpos mutilados de algumas vítimas, que jaziam no meio de veículos carbonizados e escombros nos locais das explosões. Os vidros de todas as janelas do edifício da Inteligência estavam quebrados.
Este ataque ocorre depois que atentados similares aconteceram nos últimos dois meses em Damasco.
No dia 6 de janeiro, mais de 20 pessoas morreram em um atentado no bairro de Al Midan, duas semanas depois que duas explosões causaram 44 mortos em um ataque contra edifícios dos corpos da segurança e da inteligência sírias, que as autoridades atribuíram a terroristas suicidas. EFE