Exército Livre Sírio assume autoria de ataque em Damasco
Atentado contra sede da Segurança Nacional provocou a morte do ministro da Defesa, Dawoud Rajiha, e do seu vice Assef Shawkat, cunhado de Assad
O Exército Livre Sírio (ELS), de oposição ao governo de Bashar Assad, reivindicou a autoria do atentado cometido nesta quarta-feira contra o edifício sede da Segurança Nacional, em Damasco, que provocou a morte do ministro da Defesa, o general Dawoud Rajiha, e do também general Assef Shawkat, vice-ministro da pasta e cunhado do presidente do país.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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Em entrevista à Agência EFE pela internet, um dos organizadores do ataque, Muayed al Zouabi, explicou que a ação foi realizada em coordenação com agentes de segurança do edifício governamental e com um cozinheiro da sede. O ataque faz parte da chamada operação “Vulcão de Damasco, Terremoto da Síria”, lançada na capital nos últimos dias.
Zouabi contou que foi colocado veneno no café da manhã dos participantes de um encontro de lideranças políticas e de segurança – entre elas o ministro e o cunhado de Assad. Quando se sentiram mal, chamaram uma ambulância, que na verdade era um carro-bomba enviado pelo ELS.
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Segundo Zouabi, o ataque foi realizado pelo grupo rebelde islamita Liwa al Islam, cujo nome significa “A Brigada do Islã”, pertencente ao ELS. Os rebeldes reivindicaram a responsabilidade pela explosão em um comunicado na sua página do Facebook. No texto, em árabe, o grupo diz que alvejou a chamada “sala de controle” da crise na capital síria.
Mais cedo, o Exército Livre Sírio havia acusado o governo de estar por trás da explosão. Em entrevista à Agência EFE pela internet, o porta-voz do ELS na Síria, o coronel Qasem Saadedin, afirmou que começa a ser habitual “o regime cometer esse tipo de atentado antes das reuniões do Conselho de Segurança ou da ONU”.
As forças armadas da Síria comprometeram-se a perseguir os autores do atentado desta quarta-feira em Damasco, para “eliminá-los” e “limpar a pátria de maldade”, de acordo com comunicado divulgado pela rede de TV oficial. Após a morte de Rajiha, o regime designou o general Fahd Jassim al Farich como novo ministro da Defesa.
(Com agência EFE)