O Exército de Israel afirmou nesta quinta-feira (31) que durante os ataques de terça-feira contra alvos de milícias palestinas na Faixa de Gaza deu “um golpe significativo” no Hamas.
Conforme um comunicado do órgão, entre os vários alvos, o Exército israelense atacou “instalações de fabricação de armas” e “a reserva imediata de armamento disponível” da organização, o que afetaria o seu investimento financeiro para desenvolver armas futuramente.
Os bombardeios também tiveram como alvo “as forças navais” do Hamas e “grande parte dos seus postos e instalações para a produção de armas especiais”. Além disso, uma grande parte das instalações navais do grupo Jihad Islâmica “foi destruída”.
De acordo com a nota, o ataque afetou a capacidade das forças navais das duas milícias palestinas para operar na Faixa de Gaza, o que dificulta a sua possibilidade de realizar operações marítimas e limita o alcance para “realizar ataques terroristas contra Israel”.
Ontem, a fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel voltou a ter calma, após a maior escalada militar desde a operação Margem Protetora de 2014. O Hamas e a Jihad Islâmica reivindicaram a autoria das ações, mas o Exército de Israel responsabiliza o Hamas por ser quem controla de fato a Faixa desde 2007.
O lado palestino lançou 70 projéteis e foguetes e Israel revidou com 35 bombardeios durante a conturbada madrugada de terça. Três militantes da Jihad Islâmica e três soldados israelenses morreram.
A escalada de hostilidades teve como ponto culminante o ataque de soldados israelenses a manifestantes palestinos, na Faixa de Gaza, no último dia 14.
Mais de 60 palestinos foram mortos e cerca de 2.000 ficaram feridos quando protestavam contra a nakba (catástrofe), como denominam o aniversário da independência de Israel e a consequente guerra árabe-israelense, que resultou no deslocamento de 750.000 palestinos em 1948. Os protestos foram acirrados pela inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém naquele dia.
Trégua
Depois dos ataques de terça, a Jihad Islâmica anunciou a retomada do cessar-fogo acordado em 2014 entre Israel e as milícias de Gaza, sob mediação do Egito.
“Em contato com a parte egípcia foi alcançado um acordo de cessar-fogo com Israel para voltar à calma, com base no acordo de 2014”, afirmou em um comunicado o porta-voz da Jihad Islâmica, Dawoud Shihab.
Khalil al-Hayya, auxiliar do líder do Hamas na Faixa de Gaza, confirmou que a trégua fora alcançada, “graças a um determinado número de mediadores”.
O ministro do Interior israelense, Aryeh Deri, disse esperar que a calma seja restaurada na região. “Se tudo ficar calmo, responderemos com calma. Demos ao Hamas a chance de provar que podemos voltar à rotina. Se eles soltarem as rédeas, haverá um ataque muito doloroso”, afirmou. “Há uma boa chance de que a rotina seja restaurada após o golpe do Exército contra eles.”
(Com EFE)