O papa Francisco condenou nesta segunda-feira a execução de reféns egípcios na Líbia pelo grupo terrorista Estado Islâmico. O pontífice afirmou que os 21 homens foram decapitados “apenas por serem cristãos”. “Eles apenas disseram ‘Jesus, me ajude…’ O sangue de nossos irmãos cristãos é o testemunho que grita, sejam eles católicos, ortodoxos, coptas, luteranos, não importa. Eles são cristãos”.
Caio Blinder: Somos todos cristãos coptas
Francisco deu as declarações durante uma audiência com uma delegação da Igreja da Escócia. “Recordando estes irmãos que morreram unicamente por confessarem Cristo, peço que nos encorajemos uns ao outros para prosseguir com este ecumenismo, que nos está a dar força, o ecumenismo do sangue. Os mártires são de todos os cristãos”.
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“A fé e o testemunho cristãos enfrentam tantos desafios que apenas unindo forças podemos efetivamente servir a família humana e permitir que a luz de Cristo atinja cada canto escuro de nossos corações e de nosso mundo”, disse o papa, segundo o jornal italiano La Stampa.
Reações – Neste domingo, um vídeo divulgado em perfis de apoiadores do Estado Islâmico nas redes sociais mostrou a decapitação de 21 reféns cristãos coptas sequestrados na Líbia – as vítimas tinham ido ao país em busca de emprego. As execuções bárbaras elevaram a tensão na Itália, devido à proximidade com a Líbia, que fica do outro lado do Mar Mediterrâneo. E também porque um dos terroristas aparece no vídeo afirmando que o grupo tem planos de “conquistar Roma”, a sede do catolicismo.
O governo da Itália informou que poderá estudar uma intervenção militar para impedir que o EI avance na Líbia. Mas vai esperar uma ação diplomática das Nações Unidas. Em entrevista a uma emissora italiana, o primeiro-ministro Matteo Renzi disse que “a proposta é esperar que o Conselho de Segurança da ONU possa trabalhar com um pouco mais convicção sobre a Líbia”. O presidente da Comissão de Defesa do Senado, Nicola Latorre, disse que, se as tentativas diplomáticas falharem, “medidas de contenção” militares serão consideradas. A Itália teme que os avanços do Estado Islâmico possam aumentar os riscos que terroristas misturados a imigrantes, possam chegar à Itália a partir da Líbia.
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Em resposta à barbárie, o Egito anunciou ataques contra alvos do EI na Líbia nesta segunda-feira. Um porta-voz das Forças Armadas do Egito declarou que os bombardeios buscam “vingar o derramamento de sangue e retaliar os assassinatos”. Segundo o comando militar do país, todos os aviões que participaram dos ataques retornaram em segurança.
(Com Estadão Conteúdo)