Ex-presidente uruguaio critica ingresso da Venezuela no Mercosul
Jorge Batlle aponta que bloco não levou em consideração a oposição do Paraguai à adesão da Venezuela de Hugo Chávez
O ex-presidente uruguaio Jorge Batlle (2000-2005) afirmou em entrevista ao jornal El País que a entrada da Venezuela no Mercosul, oficializada no último dia 31 de julho em Brasília, foi “mal feita” por não ter levado em conta a oposição do Paraguai.
A Venezuela solicitou sua entrada no Mercosul há seis anos e obteve o respaldo de Brasil, Argentina e Uruguai, mas não do Congresso paraguaio. Após a cassação do então presidente Fernando Lugo, em 22 de junho, o Paraguai foi suspenso do bloco. Seguiu-se então a manobra de Brasil, Argentina e Uruguai para sacramentar o ingresso da Venezuela de Hugo Chávez, antes do fim da suspensão do Paraguai, em abril do ano que vem.
A adesão da Venezuela gerou protestos. Israel, que possui um tratado de livre comércio com o Mercosul desde 2007 (e ratificado pelo Senado brasileiro em 2010), tem contratos específicos com cada país do bloco, mas não acredita que isso poderá ser feito com a Venezuela, que apoia o programa de desenvolvimento nuclear do Irã.
Cláusulas democráticas – Batlle, do Partido Colorado, atualmente na oposição, disse que a adesão da Venezuela “foi mal feita” porque não respeitou o Tratado de Assunção, que deu origem ao bloco em 1991, nem as cláusulas democráticas de Ushuaia. Do ponto de vista econômico, no entanto, considerou que o mercado venezuelano interessa ao Mercosul.
(Com agência EFE)