A ex-primeira-ministra e líder opositora ucraniana Yulia Tymoshenko foi declarada culpada do delito de abuso de poder nesta terça-feira.
A sentença foi ditada pelo magistrado Rodión Kiréyev em uma audiência realizada no tribunal de distrito de Pechora, em Kiev, e transmitida ao vivo pela televisão ucraniana.
O juiz declarou que Tymoshenko, excedendo-se em suas faculdades, deu instruções para a assinatura, em 2009, de acordos para a compra de gás da Rússia que supuseram para a ucraniana Naftogaz perdas de 1,5 bilhão de grivnas (US$ 188 milhões na atual taxa de câmbio).
Após pronunciar os fundamentos da sentença, o magistrado ordenou um recesso “técnico” antes de ditar a condenação. Os promotores pedem uma pena de sete anos de prisão para Tymoshenko. “Esta sentença não mudará em nada a minha vida, a minha luta”, disse a ex-primeira-ministra à imprensa antes do início da audiência.
O atual governo ucraniano assegura que o cumprimento dos contratos assinados em 2009 significariam para o país a perda de US$ 80 bilhões em seus dez anos de vigência.
Segundo o vice-primeiro-ministro e titular de Indústrias da Ucrânia, Boris Kolésnikov, devido a esses acordos a Ucrânia paga por cada 1 mil metros cúbicos de gás natural russo US$ 200 mais que a Alemanha e outros países europeus.
Do banco dos réus, a ex-primeira-ministra denunciou que a perseguição judicial contra si foi orquestrada pelo atual presidente do país, Viktor Yanukovych, por motivos estritamente políticos.
(com Agência EFE)