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Ex-guarda-costas de Chávez delata pagamento de propina bilionária

Alejandro Andrade Cedeno se tornou chefe do Tesouro Nacional venezuelano em 2007, e confirmou envolvimento de poderosos em esquema de corrupção

Por Da Redação
22 nov 2018, 15h08
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  • Antigo chefe do Tesouro Nacional venezuelano, Alejandro Andrade Cedeno se declarou culpado por lavagem de dinheiro, em uma esquema ilegal de câmbio que movimentou mais de 1 bilhão de dólares em subornos. No ano passado, ele fechou um acordo de delação premiada com a justiça americana, que teve seu sigilo quebrado somente esta semana. 

    O sistema envolvia pagamentos do bilionário venezuelano Raul Gorrin Belisario, dono da emissora de notícias Globovision, para Andrade e um oficial venezuelano ainda não identificado. Gorrin teria realizado os pagamentos em troca da garantia de transações de câmbio em Caracas a taxas favoráveis.

    No início da semana, o Departamento de Justiça americano quebrou o sigilo dos processos de acusação contra Gorrin e da delação feita por Andrade, ambos de 2017. Os dois moram na Flórida, para onde o tesoureiro migrou depois da morte de Chávez, em 2013.

    “Como parte do acordo de delação, Andrade admitiu ter recebido mais de 1 bilhão de dólares em propina de Gorrin e outros co-conspiradores em troca do uso de sua posição, como chefe do Tesouro Nacional Venezuelano, para selecioná-los como condutores de transações financeiras para o governo do país.”, declarou o escritório da procuradoria dos EUA.

    Antes de se tornar chefe do Tesouro Nacional, Andrade trabalhava como guarda-costas de Hugo Chávez. Ele foi preso no final de 2017, e fechou um acordo de delação premiada em troca de prisão domiciliar.

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    Bens foram devolvidos como parte de acordo 

    Além de devolver bens comprados com o dinheiro da propina, como avião, cavalos, relógios de luxo e imóveis, o antigo tesoureiro forneceu informações que levaram a justiça americana a abrir inquéritos contra 20 diretores e ex-dirigentes da PDVSA, a estatal de petróleo da Venezuela. 

    Segundo documentos obtidos pelo Estado de S. Paulo, o processo nos EUA revela dezenas de transferências de milhões de dólares entre o banco HSBC, na Suíça, e a aquisição de bens de luxo no mercado americano. Em março de 2013 foram transferidos da Suíça para os EUA cerca de US$ 281 mil para a compra de um barco. No mesmo ano, foram gastos US$ 1 milhão para instalar um sistema de segurança na casa de Andrade.

    Os investigadores suspeitam que o uso do banco na Suíça não é uma coincidência. A partir de 2005, o governo de Chávez fechou um acordo para que a instituição financeira em Genebra fosse a gestora do Tesouro. Em 2007, Andrade passou a ocupar o cargo e a ter autoridade sobre as contas secretamente mantidas na Suíça.

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