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Ex-diretores da CIA emitem condenação sem precedentes contra Trump

Presidente revogou autorização de segurança de John Brennan por comentários sobre a ligações de sua equipe eleitoral com a Rússia

Por Denise Chrispim Marin
Atualizado em 23 ago 2018, 14h54 - Publicado em 17 ago 2018, 17h54
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  • Ex-diretores da CIA e outros seis ex-chefes dos espiões mais importantes dos Estados Unidos emitiram uma condenação sem precedentes contra o presidente Donald Trump, depois de sua decisão de colocar seu colega John Brennan na lista negra.

    Em uma declaração, os ex-chefes da agência de Inteligência CIA nomeados por presidentes republicanos e democratas, incluindo Robert Gates, George Tenet, Porter Goss, Leon Panetta e David Petraeus, denunciaram a decisão de Trump de retirar de Brennan a sua autorização de acesso a informação confidencial.

    “A ação do presidente com relação a John Brennan e às ameaças de atos similares contra outros ex-funcionários não têm nada a ver com quem deve ou não deve ter autorização de segurança, e tudo tem a ver com uma tentativa de reprimir a liberdade de expressão”, assinalou o comunicado.

    Ao descrever a decisão de Trump como “inapropriada e profundamente lamentável”, insistiram que “nunca antes havíamos visto a aprovação ou a eliminação de autorizações de segurança utilizadas como ferramenta político, como foi feito neste caso”.

    Esta semana Trump resolveu retirar do ex-diretor da CIA John Brennan — firme crítico do presidente — a autorização de acesso a informação sigilosa. Esse benefício agora revogado é historicamente outorgado a funcionários de alto escalão para ter acesso a informação delicada e confidencial, inclusive depois de deixarem o cargo.

    Na quinta-feira (16), em uma coluna publicada no The New York Times, Brennan — que até janeiro de 2017 era o guardião dos segredos americanos — disse que Trump “está desesperado para proteger a si mesmo e aos outros próximos a ele” da investigação oficial sobre os vínculos de sua equipe de campanha com a Rússia.

    O procurador especial Robert Mueller está investigando a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016 e um possível conluio entre Moscou e a equipe de campanha de Trump, um tema que é persistentemente discutido no ambiente político e da imprensa dos Estados Unidos.

    Trump admitiu em entrevista ao The Wall Street Journal que a sua decisão se deve à postura crítica de Brennan e seus comentários sobre as ligações de sua equipe de campanha eleitoral com a Rússia.

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    Nesta sexta, Trump disse nesta que provavelmente também irá revogar a autorização de segurança de Bruce Ohr, funcionário de alto escalão do Departamento de Justiça.

    O presidente também criticou o procurador especial Robert Mueller. Falando com repórteres, Trump disse que o investigador tem muitos conflitos.

    Trump já criticou Ohr diversas vezes por servir como fonte para Mueller e sua investigação. Ele também é citado por Christopher Steele, ex-agente da inteligência britânica que investigou os laços de Trump com a Rússia, em um dossiê sobre o caso.

    (Com AFP e Reuters)

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