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Ex-aliada de Putin, Le Pen defende reaproximação entre Otan e Rússia

Melhores laços impediriam Moscou de se aproximar demais da China, disse candidata, que teve evento rapidamente interrompido por manifestante

Por Da Redação 13 abr 2022, 18h22

Em entrevista à imprensa sobre suas visões para a política externa, Marine Le Pen, líder da extrema-direita e candidata às eleições presidenciais francesas, afirmou que a Otan, principal aliança militar ocidental, deveria fazer uma “reaproximação estratégica” com a Rússia assim que a guerra entre Moscou e a Ucrânia terminar. No passado considerada aliada de Vladimir Putin, ela também usou o palanque para tentar se distanciar do presidente russo.

“Assim que a guerra russo-ucraniana acabar e houve um acordo de paz, pedirei a implementação de uma reaproximação estratégica entre a Otan e a Rússia”, afirmou nesta quarta-feira, 13. “Precisamos questionar o papel da aliança após o final do Pacto de Varsóvia”.

+ Candidatos derrotados na França se juntam para frear Le Pen no 2º turno

A candidata enfatizou que melhores laços com a Rússia impediriam que Moscou se aproximasse demais da China, algo que “é interesse da França e da Europa, mas acho que também dos estados Unidos”.

“Até ao início da guerra na Ucrânia, pensava efetivamente que era do interesse da França aproximar a Rússia da Europa e, sobretudo, impedir a Rússia de constituir uma aliança próxima com a China”, disse. 

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Questionada sobre o papel da aliança, Le Pen afirmou que, se eleita, pretende tirar a França do comando militar da organização, voltando à política adotada pelo país entre 1966 e 2009. Segundo ela, as forças francesas não devem estar sob o comando de outra soberania se não a francesa, embora ainda tenha intenção de que o país permaneça na Otan, sobretudo no que diz respeito ao Artigo 5, que prega a proteção mútua.

No âmbito de alianças, também deixou claro que qualquer “Frexit”, similar à saída do Reino Unido da União Europeia, não está em sua agenda.

Le Pen disputa em 24 de abril o segundo turno das eleições presidenciais contra o atual mandatário, o centrista Emmanuel Macron. Segundo pesquisas de opinião, ela teria 45% dos votos, atrás dos 55% de Macron. Apesar de ter montado o evento para tentar se mostrar como uma figura relevante para o cenário global, tentando alavancar votos, ela foi brevemente interrompida por um manifestante que carregava um cartaz em formato de coração contendo uma foto de Le Pen junto a Putin, tirada durante uma reunião Moscou em 2017.  Ele foi rapidamente retirado por seguranças.

Do lado de fora do evento também havia manifestantes segurando fotos dos dois políticos.

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Manifestantes mostram foto de Le Pen junto a Vladimir Putin. 13/04/2022 (Emmanuel Dunand/AFP)

Em 2014, o partido de Le Pen pegou um empréstimo de 9 milhões de dólares, que ainda está sendo pago, de um banco russo-checo para campanhas eleitorais locais. Nas eleições de 2017, depois de ter perdido para Macron no segundo turno, ela declarou que compartilhava dos mesmos valores de Putin e que uma “nova ordem mundial” iria emergir com eles dois e Donald Trump no poder.

Desde o início da guerra, no entanto, ela mudou de tom, condenando a invasão à Ucrânia e dizendo ser independente de qualquer outro país.

“Sempre defendi apenas os interesses da França”, disse nesta quarta-feira.

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