Europa pede aos EUA isenção de sanções ao Irã para alguns setores
Em carta a Washington, França, Alemanha e Reino Unido dizem não haver "alternativa crível" ao acordo nuclear de 2015 com Teerã
França, Reino Unido e Alemanha pediram aos Estados Unidos a isenção de suas empresas com negócios fechados com o Irã de possíveis sanções americanas. O pedido encaminhado pelos ministros de Relações Exteriores desses países e pela União Europeia, que citaram haver ” interesses de segurança, aos secretários americanos de Estado, Mike Pompeo, e do Tesouro, Steven Mnuchin.
“Esperamos que os Estados Unidos se abstenham de tomar iniciativas que prejudiquem os interesses europeus de segurança”, indicaram os responsáveis desses países em uma carta revelada nesta quarta-feira 6 pelo titular de Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, no Twitter.
A carta traz também a assinatura da comissária para Política Externa da União Europeia, Federica Mogherini. Segundo o jornal The New York Times, com a missiva, a Europa “tacitamente reconhece” o fracasso de suas tentativas de preservar o acordo nuclear firmado em 2015 pelo Irã com seis potências – Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China – depois da retirada de Washington, no mês passado.
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, decidiu abandonar o acordo nuclear com o Irã alegando que ele era ruim para seu país e não preveniria a produção de armas nucleares por Teerã. Em seguida, reimpôs as sanções econômicas ao país, na forma de punições a empresas de qualquer país que mantenham negócios no Irã.
Na carta, as autoridades europeias pedem a isenção de alguns setores econômicos das sanções aplicadas por Washington. Conforme argumentaram, as punições a essas áreas podem ter “efeitos extraterritoriais”. Entre eles, estão mencionados as indústrias farmacêutica, automobilística e de aviação civil e os setores de saúde, energia e infraestrutura.
França, Reino Unido e Alemanha afirmam ter a mesma preocupação dos americanos sobre o que acontecerá com o programa nuclear iraniano depois de 2025, data em que o acordo de 2015 prescreve. Em especial, sobre o seu programa balístico e as intervenções de Teerã no Oriente Médio.
Consideram, porém, que o fim do acordo nuclear de 2015 pode “desestabilizar ainda mais uma região onde novos conflitos seriam desastrosos”. Na carta, as autoridades europeias destacam “não haver uma alternativa crível neste momento”.
(Com EFE)