Europa elogia retomada de laços dos EUA com Cuba
'Os direitos humanos permanecem no coração da política da UE para Cuba', diz Federica Mogherini, chefe da política externa da União Europeia
Vinte e cinco anos após a queda do Muro de Berlim unir a Europa novamente, a União Europeia (UE) elogiou a “virada histórica” com a retomada das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos. “Hoje outro muro começou a cair”, disse a chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, em um comunicado. “Essas medidas representam uma vitória do diálogo sobre a confrontação”, ressaltou.
Apesar de criticarem os abusos de direitos humanos em Cuba, governos europeus há muito tempo cobram dos Estados Unidos uma melhora das relações com a ilha de regime comunista, especialmente desde o fim da Guerra Fria e o colapso da União Soviética. Mogherini disse que a UE, que retirou sanções diplomáticas contra Cuba em 2008, defende o diálogo. Em abril, o bloco começou negociações por um acordo de cooperação, apesar de Cuba recentemente ter adiado conversas que tratariam sobre direitos humanos.
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“Os direitos humanos permanecem no coração da política da UE para Cuba”, disse Mogherini, ex-chanceler da Itália. Ela também agradeceu ao papa Francisco por sua “sabedoria” em ajudar a mediar as negociações entre Havana e Washington.
Falando em nome do governo alemão, o ministro de Relações Exteriores, Frank Walter Steinmeier, afirmou que a reaproximação pacífica é “uma notícia muito boa em tempos repletos de conflitos”. Steinmeier também afirmou que respeita a “coragem” do presidente americano Barack Obama, que “rompeu com a política que causou nas últimas décadas apenas estagnação e falta de perspectivas para as pessoas afetadas”.
No Vaticano, o papa Francisco comemorou nesta quinta a decisão dos Estados Unidos e de Cuba de melhorar suas relações. “Hoje todos estamos contentes porque vimos como dois povos, que tinham se afastado durante muitos anos, deram ontem um passo de aproximação. Isto foi possível graças aos embaixadores e à diplomacia”, disse durante a cerimônia de entrega de cartas credenciais a vários embaixadores perante a Santa Sé.
(Com agências EFE e Reuters)