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EUA poderiam ter evitado 40% das mortes por Covid-19, aponta estudo

Comissão da revista científica britânica 'The Lancet' culpa desigualdades históricas e má gestão de Donald Trump pela tragédia no país

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 fev 2021, 09h45 - Publicado em 11 fev 2021, 09h47

As políticas do ex-presidente Donald Trump reforçaram desigualdades sociais históricas e corromperam o sistema de saúde pública dos Estados Unidos, ampliando a mortalidade da Covid-19 no país, segundo um relatório de uma comissão da prestigiada revista científica britânica The Lancet.

De acordo com o painel de especialistas, cerca de 40% das mais de 460.000 causadas pelo coronavírus no país poderiam ter sido evitadas se a taxa de mortalidade no país se igualasse à média das outras seis nações que formam o G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido).

Formada por 33 especialistas americanos, britânicos e canadenses, a Comissão sobre Políticas Públicas e Saúde na Era Trump fez uma análise dos quatro anos em que o republicano ocupou a Casa Branca. O grupo é composto por estudiosos com ampla experiência em áreas que vão da medicina clínica e da epidemiologia ao direito, economia e política.

Embora o comitê critique a resposta “inepta e insuficiente” do ex-presidente americano à Covid-19, o relatório afirma que as raízes dos problemas de saúde do país são muito anteriores. “O fato de a COVID-19 afetar negros, indígenas e latinos de maneira desproporcional reforça as desigualdades de saúde de longa data motivadas por disparidades de padrão racial em habitação, riqueza, emprego e direitos sociais e políticos”, diz o documento.

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Os especialistas, porém, não isentam Donald Trump da responsabilidade por sua má gestão. “Muitos dos casos e mortes poderiam ter sido evitados. Ao invés de mobilizar a população dos EUA a lutar contra a pandemia, o presidente Trump minimizou publicamente sua ameaça (apesar de reconhecê-la em particular), desencorajou ações à medida que a infecção se espalhou e evitou a cooperação internacional’, diz o relatório.

“Sua recusa em desenvolver uma estratégia nacional agravou a escassez de equipamentos de proteção individual e testes de diagnóstico. O presidente Trump politizou o uso de máscaras e a reabertura de escolas e convocou eventos internos com a presença de milhares de pessoas, onde as máscaras eram desencorajadas e o distanciamento físico era impossível”.

A comissão diz, inclusive, que algumas das políticas e decisões adotadas por Donald Trump reforçaram ainda mais as desigualdades no país e auxiliaram para a rápida degradação do sistema de saúde. Segundo o relatório, as ações do ex-presidente “constituíram um ataque intensificado à saúde e ao bem-estar das pessoas nos EUA e em outros lugares”.

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De acordo com o estudo, o número de pessoas sem seguro saúde aumentou em mais de 2 milhões durante a Presidência de Trump, mesmo antes do boom de desemprego causado pela pandemia.

“Sua principal conquista legislativa, um corte de impostos de trilhões de dólares para os ricos, abriu um buraco no orçamento que serviu como justificativa para cortes nos subsídios de alimentação e moradia que evitam a desnutrição e a falta de moradia para milhões de pessoas nos EUA”, diz o estudo. “O número de crianças sem-teto aumentou em 150.000 no primeiro ano da presidência de Trump”.

Os Estados Unidos são hoje a nação com maior número absoluto de casos e mortes por Covid-19. O país, porém, fica atrás de outros como México, Peru, Itália, Reino Unido, Alemanha e Brasil quando o total de óbitos registrados em seu território é comparado com o total de pessoas diagnosticadas.

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A taxa de mortalidade da covid-19 no país ainda é de 143 pessoas a cada 100.000 habitantes. Em comparação ao resto do mundo, a nação fica atrás apenas do Reino Unido, da República Checa e da Itália.

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