EUA pedem ‘respeito aos princípios democráticos’ no Egito
Presidente islamita e Junta Militar divergem sobre validade do Parlamento
A Casa Branca pediu nesta segunda-feira aos egípcios “respeito aos princípios democráticos” para resolver o conflito entre o presidente islamita Mohamed Mursi e o Exército sobre a validade do Parlamento. A Alta Corte Constitucional do Egito rejeitou nesta segunda-feira a decisão do presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, de restaurar o Parlamento.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, egípcios iniciaram, em janeiro, sua série de protestos exigindo a saída do então ditador Hosni Mubarak, que renunciou no dia 11 de fevereiro de 2011.
- • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em choques com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de premeditar e ordenar esses assassinatos.
- • A Junta Militar assumiu o poder logo após a queda do ditador e até a posse do novo presidente eleito, Mohamed Mursi.
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“Cabe aos egípcios decidir, em respeito aos princípios democráticos, com transparência e protegendo os direitos de todos os egípcios”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Tommy Vietor, segundo o qual o governo americano está “em contato com os líderes egípcios”.
Mais de uma semana depois de o Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) passar o poder, Mursi ordenou no domingo, por meio de um decreto, a anulação da decisão do dia 15 de junho de dissolver a Assembleia do Povo e convocou a câmara, dominada pelos islamitas, a se reunir novamente e a exercer as suas prerrogativas.
A decisão de Mursi, o primeiro presidente islamita e civil do Egito, desencadeou um conflito com o CSFA, que assumiu o poder legislativo com a dissolução da Câmara, graças a uma decisão do Supremo Tribunal, denunciada pela Irmandade Muçulmana como um “golpe de estado constitucional”.
(Com agência France-Presse)