EUA pedem calma ao Paraguai após impeachment de Lugo
Senado do país aprovou na sexta o afastamento do presidente eleito em 2008
O governo americano pediu que o Paraguai tenha ‘calma e responsabilidade’ após o impeachment do presidente Fernando Lugo nesta sexta-feira. Eleito em 2008, Lugo teve o seu mandato cassado em um processo “relâmpago” e se tornou o primeiro presidente a ser destituído na história do país.
“Pedimos aos paraguaios que ajam de maneira pacífica, com calma e responsabilidade, segundo o espírito dos princípios democráticos do Paraguai”, afirmou Darla Jordan, uma porta-voz do Departamento de Estado para a América Latina. Mais cedo, os EUA haviam declarado acompanhavam com atenção o desenrolar do processo contra Lugo, aguardando que o desfecho fosse consistente com a democracia e a constituição do Paraguai.
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Impeachment – Aprovado a toque de caixa, o processo contra Fernando Lugo durou pouco mais de 24 horas: da manhã de quinta-feira, quando a Câmara aprovou o pedido de julgamento político por 76 votos contra 1 (da deputada do partido de esquerda Frente Guazú), até o fim da tarde desta sexta, quando o Senado – a quem cabia a decisão final – decidiu cassar o chefe de estado. Lugo é acusado de “mau desempenho de suas funções” de presidente, após a morte de 17 pessoas, entre policiais e camponeses, em confronto armado durante uma reintegração de posses há uma semana. Em seu discurso oficial após a decisão, Fernando Lugo acusou o Legislativo de “ferir profundamente” a democracia.
O vice de Lugo, Federico Franco, assumiu a presidência imediatamente após a confirmação do impeachment e declarou que a transição não coloca em risco os princípios democráticos do país. Em seu discurso, Franco pediu cooperação. “O Paraguai vive um momento difícil. Seguir adiante somente será possível com a ajuda de todos”, afirmou o novo presidente, que deve permanecer no cargo até as próximas eleições, marcadas para abril de 2013.
Reações – Nas primeiras horas após a decisão, governantes latino-americano alinhados com Fernando Lugo conderam em coro o processo constitucional que afastou o agora ex-presidente do cargo. Argentina, Bolívia e Venezuela já adiantaram que não reconhecem o novo presidente paraguaio como o legítimo representante do país. A presidente argentina Cristina Kirchner considerou o processo um “golpe de estado”.
(Com agência EFE)