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EUA limitam ataques de drones no Paquistão após pedido de Islamabad

Janeiro foi o primeiro mês em mais de dois anos em que não houve uso de drones no país. Desde que Obama assumiu, EUA já fizeram 330 ataques

Por Da Redação
5 fev 2014, 07h08

Os Estados Unidos decidiram limitar os ataques com drones – aviões não tripulados – no Paquistão, pelo menos até o fim das conversas de paz do governo paquistanês com os talibãs, após pedido de Islamabad, explicaram nesta quarta-feira fontes oficiais americanas ao jornal The Washington Post. “Isto é o que eles nos pediram e nós não dissemos não”, disse uma das fontes, que ressaltou que a ação não significa que o governo dos EUA tenha decidido deixar de usar os criticados drones em sua luta contra a Al Qaeda nesse país e em outros.

A revelação do jornal americano é feita um dia depois do vazamento da informação de que janeiro foi o primeiro mês, em mais de dois anos, sem nenhum ataque de drones no Paquistão, segundo dados do Escritório de Jornalismo de Investigação (TBIJ, sigla em inglês), uma organização sem fins lucrativos sediada em Londres que contabiliza os ataques dessas aeronaves americanas. O último ataque com os aviões não tripulados em território paquistanês, no qual morreram três pessoas, aconteceu no dia 25 de dezembro, contabilizando um total de 330 ataques aéreos com drones desde que Barack Obama assumiu a Presidência dos Estados Unidos.

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Com sua chegada à Casa Branca em 2009, os drones se transformaram em uma arma constantemente utilizada em território paquistanês, onde os EUA travam uma guerra não declarada contra grupos extremistas islâmicos com o consentimento do governo do país asiático. O fato de que os EUA tenham decidido atender aos pedidos de Islamabad de limitar temporariamente o uso dos drones para não interferir em suas negociações com os talibãs não está inserido em nenhum tipo de acordo oficial, segundo as fontes citadas pelo Washington Post. “As negociações com os talibãs paquistaneses são um assunto interno do Paquistão”, afirmaram as fontes.

A primeira reunião de paz entre emissários do governo paquistanês e do maior grupo talibã do país, Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), prevista para esta terça-feira, foi cancelada por divergências em relação ao grupo que representa os insurgentes. A restrição do uso de drones no Paquistão poderia render a Obama uma nova onda de críticas, principalmente entre os políticos republicanos, que já se opuseram às mudanças introduzidas pelo presidente em maio do ano passado para a utilização dos aviões não tripulados somente contra alvos da Al Qaeda e sempre que houver certeza suficiente de que não haverá vítimas civis.

No Paquistão, entre 416 e 951 civis morreram de um total de 3.646 mortes em 381 ataques desde 2004, segundo dados do TBIJ. A maioria dos ataques é feito de maneira sigilosa, sem o consentimento de Islamabad, pela Agência Central de Inteligência (CIA, sigla em inglês), que oculta detalhes sobre os alvos e possíveis “efeitos colaterais” – como a agência classifica as vítimas civis. No entanto, desde 2011 a CIA reduziu seu papel à frente dos ataques seletivos, devido às críticas do Paquistão, que aumentou queixas após a missão que resultou na morte de Osama bin Laden em maio daquele ano em seu território e após um ataque equivocado contra uma guarnição de soldados paquistaneses perto da fronteira com o Afeganistão.

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