Militares dos Estados Unidos começaram um novo treinamento de combate para as forças ucranianas na Alemanha no domingo, 15, com objetivo de trazer de volta cerca de 500 soldados ao campo de batalha na Ucrânia.
O presidente do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, afirmou que os soldados em treinamento deixaram a Ucrânia há alguns dias e que a prática deve durar de cinco a oito semanas. Segundo ele, há um conjunto completo de armas e equipamentos para eles usarem na Alemanha.
O “treinamento de armas combinadas” pretende aprimorar as habilidades das forças ucranianas para que estejam preparadas para atacar ou conter qualquer onda de ataques russos. Segundo Milley, soldados aprenderão como mover e coordenar melhor suas unidades em batalha, usando artilharia combinada. A abordagem de guerra busca integrar diferentes armas de combate para alcançar efeitos complementares (por exemplo, usando infantaria e blindados em um ambiente urbano, em que um apoia o outro).
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Em entrevista a dois repórteres que o acompanharam na viagem para a Europa no domingo, o presidente do Estado-Maior Conjunto ressaltou que o treinamento complexo será fundamental para ajudar as forças do país a retomar territórios que foram capturados pela Rússia na guerra de quase 11 meses.
“Esse apoio é muito importante para a Ucrânia poder se defender e esperamos ser capazes de organizar isso em pouco tempo”, disse.
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Além disso, eles terão aulas expositivas e trabalho de campo, que começará com pequenos esquadrões e crescerá gradualmente para envolver unidades maiores. Isto, segundo Milley, culminaria com um exercício de combate complexo, reunindo um batalhão inteiro e uma unidade de quartel-general.
O foco dos Estados Unidos é o treinamento para usar a ampla gama de sistemas de armas ocidentais que chegam ao país. Mais de 3.100 soldados ucranianos já foram instruídos pelos americanos sobre o funcionamento de artefatos bélicos como os famosos foguetes de longo alcance HIMARS, por exemplo.
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Esse tipo de treinamento já estava em andamento antes da invasão russa em fevereiro do ano passado, mas Guarda Nacional dos Estados Unidos e as forças de operações especiais que estavam treinando na Ucrânia deixaram o país quando a guerra começou, para não se envolverem no conflito com a Rússia. Este novo treino, será uma espécie de continuação, de acordo com Milley.
O programa começa enquanto forças ucranianas enfrentam combates intensos na província oriental de Donetsk, onde os militares russos afirmam ter tomado controle da pequena cidade de Soledar, conhecida por suas minas de sal. A Ucrânia diz que seus soldados ainda resistem na área, mas se Moscou conseguir capturar a cidade inteira, isso permitiria que se aproximasse da vizinha Bakhmut, marcando os primeiros avanços do exército em seis meses.
A Rússia também lançou uma onda de ataques com mísseis nesta segunda-feira, atingindo a capital, Kiev, a cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, e a cidade de Dnipro, no sudeste, onde pelo menos 30 pessoas morreram em um prédio residencial.