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EUA: grandes museus fecham exposições que não têm aval de povos indígenas

Novas regulamentações exigem o consentimento das respectivas etnias para exibições e pesquisas a respeito dos nativos americanos

Por Da Redação
Atualizado em 7 Maio 2024, 16h06 - Publicado em 26 jan 2024, 15h27
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  • O Museu Americano de História Natural, em Nova York, anunciou nesta sexta-feira, 26, que fechará dois grandes salões que exibem artefatos de nativos americanos após novas regulamentações federais entrarem em vigor. As regras exigem o consentimento das respectivas etnias indígenas para as exposições e pesquisas sobre povos originárias.

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    As vitrines das galerias dedicadas às Florestas Orientais e às Grandes Planícies do Museu Americano de História Natural foram cobertas enquanto as devidas autorizações não são apresentadas.

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    “As salas que estamos fechando são artefatos de uma época em que museus como o nosso não respeitavam os valores, as perspectivas e, de fato, compartilhavam a humanidade dos povos indígenas”, escreveu Sean Decatur, presidente do museu, em uma carta à equipe. “Ações que podem parecer repentinas para alguns podem parecer muito atrasadas para outros.”

    Muitas outras instituições americanas foram afetados pelas recentes normas, que entraram em vigor neste mês. Entre eles estão o Museu Field, em Chicago, que cobriu parte do acervo; o Museu Peabody de Arqueologia e Etnologia da Universidade de Harvard, em Massachusetts, que retirou itens funerários das exposições; e o Museu de Arte de Cleveland, que também tampou algumas exibições.

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    Liderar por exemplo

    Acredita-se que o exemplo do Museu Americano de História Natural estabelecerá um padrão para outras instalações pelo país devido ao seu grau de influência — por lá, são recebidos 4,5 milhões de visitantes por ano, tornando-o um dos museus mais procurados do mundo. Ele abriga o mais antigo e conceituado Departamento de Antropologia dos Estados Unidos, com trabalhos pioneiros de curadoria que incluíram Franz Boas e Margaret Mead.

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    “Alguns objetos podem nunca mais voltar a ser exibidos como resultado do processo de consulta”, explicou Decatur, acrescentando que não há previsão de retorno dos artefatos em questão. “Mas estamos procurando criar programas de menor escala em todo o museu que possam explicar que tipo de processo está em andamento.”

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    Panorama americano

    A restrição é reflexo do esforço do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em repatriar restos morais, objetos funerários e artefatos sagrados de nativos americanos. Essa mudança, contudo, não teve início no mandato do democrata.

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    Os primeiros passos foram dados em 1990, com a aprovação da Lei de Proteção e Repatriação de Túmulos dos Nativos Americanos (NAGPRA), responsável por criar os primeiros protocolos do tipo. No entanto, a norma foi alvo de críticas pela demora e por não oferecer saídas para a resistência institucional.

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    O pacote que entrou em vigor neste mês tem como objetivo acelerar os processos do tipo, estabelecendo um prazo máximo de cinco para as preparações necessárias para o retorno das exposições, e concede maior autoridade às etnias

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    Processo em curso

    Há meses, chefes de museus têm consultado advogados e curadores para saber quais exposições podem, ou não, serem abertas ao público. Como consequência, algumas instituições cogitam contratar especialistas para auxiliar na empreitada, como representes indígenas.

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    Considerável parte do acervo foi conquistada de maneiras violentas, incluindo doações de ladrões de artefatos, bem como escavações que invadiram cemitérios de nativos. Como tentativa de reparação, nas últimas três décadas, o Museu Americano de História Natural repatriou os restos mortais de aproximadamente 1.000 indivíduos nativos americanos, mas ainda tem no acervo outros 2.200. 

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