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EUA “extremamente desapontados” com asilo a Snowden

Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, afirmou que prefere não apontar os motivos que levaram a Rússia a conceder asilo temporário ao delator

Por Da Redação
1 ago 2013, 16h23

Os Estados Unidos se pronunciaram oficialmente nesta quinta-feira sobre a decisão da Rússia de conceder asilo temporário de um ano a Edward Snowden, ex-técnico da CIA e ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) que vazou informações sobre programas secretos de vigilância. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou que o governo vê a decisão como “um desenrolar infeliz e está extremamente desapontado”. “Deixamos claro que havia uma justificativa legal para sua expulsão da Rússia e retorno aos Estados Unidos. Nós tivemos esta discussão com a Rússia e com os outros países que estavam considerando o asilo”, argumentou. Questionado sobre os possíveis interesses russos em Snowden, Carney afirmou que preferia “não apontar os motivos” que influenciaram o governo de Vladimir Putin a tomar esta decisão.

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Segundo o jornal britânico The Guardian, um membro do governo russo declarou nesta quinta-feira que as relações entre os países não sofreriam qualquer dano diplomático devido à “relativa insignificância” do caso Snowden. O assessor presidencial Yuri Ushakov também disse que a Rússia está confiante de que o caso não atrapalhará a visita do presidente Barack Obama ao país, marcada para setembro. O encontro entre os dois presidentes ocorreria antes da reunião do G20, em São Petersburgo. “Estamos cientes da atmosfera que está sendo criada nos Estados Unidos por causa de Snowden, mas não recebemos qualquer sinal que indicasse um possível cancelamento [da viagem] por parte das autoridades americanas”, afirmou Ushakov à agência russa de notícias RIA Novosti.

Carney, no entanto, afirmou que os EUA “estão avaliando a utilidade da reunião”. “Vamos ser francos. Snowden viajou para China e Rússia com documentos secretos em mãos. A posse deste tipo de informação fora de áreas de segurança já é uma violação”, disse o porta-voz. Carney também se negou a dar detalhes sobre outros arquivos que Snowden pode ter obtido durante o período em que trabalhou para uma empresa que prestava serviços para a NSA.

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Senado – As possíveis implicações diplomáticas do caso nas instáveis relações entre os Estados Unidos e Rússia foram debatidas por senadores americanos. O republicano John McCain usou o Twitter para ironizar a decisão do ex-técnico da CIA. “Snowden permanece na terra da transparência e dos direitos humanos”. O democrata Robert Menendez, presidente da Comissão de Relações Exteriores, afirmou que Snowden é “um fugitivo dos Estados Unidos, e não um homem livre requisitando asilo na Rússia.”

Planos – O assessor jurídico de Snowden, Anatoli Kucherena, informou que o delator americano deixou a zona de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, após o Serviço Federal de Migração enviar os documentos necessários para a concessão do asilo temporário. Mais tarde, Snowden lançou um comunicado via WikiLeaks agradecendo a Rússia e acusando o governo americano de desrespeitar as leis internacionais. “Durante as últimas oito semanas, vimos a administração Obama demonstrar desrespeito pelas leis internacionais domésticas, mas, no final, a lei está vencendo”, disse o delator.

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Ainda não se sabe exatamente onde Snowden ficará agora que pôde sair do aeroporto, mas o próprio delator já havia dito anteriormente que ele deveria permanecer algum tempo na Rússia até conseguir asilo político em algum país da América Latina. Ao menos três países latinos – Venezuela, Bolívia e Nicarágua – ofereceram asilo ao delator. No entanto, alguns dias depois, Kucherena disse que ele pretendia ficar na Rússia e estudar a cultura local. O advogado disse ainda que levou vários livros para Snowden, incluindo o clássico russo Crime e Castigo, do escritor Fiódor Dostoiévski.

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