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EUA expõem planos da Rússia de fabricar pretexto para invasão à Ucrânia

Suposta operação envolveria transmissão de vídeos falsos com morte de civis no leste ucraniano, disseram fontes à mídia americana

Por Da Redação Atualizado em 3 fev 2022, 16h25 - Publicado em 3 fev 2022, 16h17
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  • Autoridades americanas disseram ter evidências de que a Rússia desenvolveu um plano, aprovado pelo alto escalão de Moscou, para criar um pretexto para invadir a Ucrânia, tendo como base um vídeo falso que seria parte de uma campanha recente de desinformação, relatou o jornal Washington Post, citando fontes.

    A suposta operação envolveria a transmissão de imagens de morte de civis no leste da Ucrânia, e possivelmente na fronteira com a Rússia, como forma de gerar indignação enter a população e criar um pretexto para uma invasão, disseram duas das fontes ao jornal.

    À rede CNN, uma fonte afirmou que o vídeo teria cenas fabricadas de “explosão de corpos, atores representando enlutados, e imagens de locais e equipamentos militares destruídos”. Segundo a autoridade, Moscou já teria, inclusive, contratado atores.

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    A Rússia, segundo as autoridades, usaria o vídeo para acusar a Ucrânia de genocídio contra pessoas que falam russo, usando a ira da população para justificar um ataque ou fazer com que líderes separatistas da região ucraniana de Donbas pedissem que Moscou intervisse.

    “O vídeo, se divulgado, poderia dar a Putin a faisca necessária para iniciar e justificar operações militares contra a Ucrânia”, ponderou uma das fontes.

    Segundo o vice-conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jon Finer, o complô “mostra o nível de cinismo que está no outro lado deste conflito”.

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    “Não estamos dizendo definitivamente que é isto que eles farão. Estamos dizendo que esta é uma opção sob consideração, e que eles usaram estes pretextos no passado para justificar ação militar”, disse à rede MSNBC.

    A estratégia seria parte da campanha de desinformação desempenhada pelo governo russo. Há semanas, a mídia estatal do país dá destaque a imagens de tropas e tanques na divisa com a Ucrânia, mas atribuindo os equipamentos militares à Otan, principal coalizão militar ocidental, e seus aliados. No cenário alternativo da estatal russa, as forças ocidentais estariam realizando um plano que está em andamento há anos.

    A ação consistiria em cercar a Rússia, derrubar o presidente Vladimir Putin e assumir o controle dos recursos energéticos do país. Nos talk shows e noticiários, a narrativa é amplamente reforçada: a Ucrânia é um Estado falido inteiramente controlado pelo “mestre das marionetes”, os Estados Unidos. 

    Ao longo dos noticiários, frequentemente é divulgada a foto de um mapa que, em teoria, mostra Belarus, país europeu aliado à Rússia, cercado por forças da Otan. No entanto, as imagens são muito semelhantes às divulgadas pela mídia ocidental como sendo a Ucrânia sitiada por tropas russas.

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    A revelação desta quinta-feira acontece um dia depois de o presidente americano, Joe Biden, anunciar o envio de mais de 3.000 soldados americanos para reforçar a segurança no leste europeu. Na última semana, 8.500 soldados já haviam recebido ordens semelhantes, em meio às preocupações com uma possível retirada dos mais de 30.000 americanos que atualmente vivem na Ucrânia. 

    Na terça, o presidente russo, Vladimir Putin, acusou os Estados Unidos e a Otan de tentar empurrar a Rússia para uma guerra, mesmo esperando que os diálogos continuem. Autoridades do governo americano acreditam que Putin ainda não tomou a decisão de invadir, porém esperam que isso possa acontecer nas próximas semanas. 

    O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que uma adesão terá consequências graves. A aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

    As avaliações mais recentes da inteligência dos EUA colocam mais de 50 grupos táticos russos enviados dentro e nos arredores da fronteira com a Ucrânia, enquanto a avaliação mais recente do Ministério da Defesa ucraniano diz que a Rússia já enviou mais de 127.000 soldados à região.

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