Os Estados Unidos afirmaram que a Rússia enviou bolsas de sangue para tratar eventuais feridos para a fronteira com a Ucrânia no último final de semana, aumentando ainda mais os rumores de uma eventual invasão.
A informação foi dada por dois altos funcionários de defesa do governo americano à CNN, que alertaram que o transporte dos suprimentos não é um indicativo absoluto de uma ofensiva.
No entanto, a ação aumentou as preocupações dos Estados Unidos de que a Rússia tem capacidade para lançar um ataque em um prazo muito curto.
No último mês, houve indícios de que os russos estavam montando linhas de suprimento, como unidades médicas e de combustível, que poderiam ser utilizadas em caso de um conflito prolongado.
A Ucrânia negou que qualquer suprimento de sangue tenha sido enviado para a fronteira. No último sábado (28), a vice-ministra de Defesa ucraniana, Hanna Maliar, chamou os relatos de “não verdadeiros”.
“Tais notícias são elementos de uma guerra psicológica. O objetivo é espalhar pânico e medo em nossa sociedade”, disse.
Em resposta, a Casa Branca afirma que o governo ucraniano está minimizando a ameaça de uma maneira que pode levar o país a não estar preparado para um eventual conflito.
“Entendemos a difícil posição do presidente e a pressão que ele está sofrendo. Mas ao mesmo tempo em que ele minimiza a situação, ele pede centenas de milhões de dólares em armamento para se defender. Achamos importante ser sincero e aberto sobre essa ameaça”, disse um oficial do governo americano no sábado.
Ao longo da última semana a tensão aumentou entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e funcionários do governo Biden em meio a um desacordo sobre como interpretar e avaliar os relatórios feitos pelas agências de inteligência americanas.
Na última sexta, a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, alertou que o conflito na região é “iminente”; em resposta, Zelensky disse a repórteres que há um sentimento no exterior de que há uma guerra no país, o que não é o caso.
O chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, Mark Milley, destacou o apoio do país a uma Ucrânia independente na quarta conversa em um mês com o tenente-general do exército ucraniano.
No entanto, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse no último domingo (30) que a Aliança não pretende enviar tropas para o conflito armado que se seguiria em uma possível invasão russa.
Stoltenberg afirmou que neste momento, a Otan ajuda o país europeu com apoio militar, treinamento e equipamentos, sem o envio, contudo, de tropas terrestres vindas dos países membros da organização.