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EUA começam a mandar migrantes que pedem refúgio de volta ao México

Autoridades mexicanas reclamaram de decisão unilateral, mas afirmam que irão ceder vistos temporários aos extraditados por "razões humanitárias"

Por Da Redação
Atualizado em 30 jan 2019, 13h52 - Publicado em 30 jan 2019, 13h48
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  • Na terça-feira 29, os Estados Unidos começaram a devolver ao México migrantes que cruzaram a fronteira americana para pedir refúgio. A medida faz parte de uma estratégia do presidente Donald Trump, que visa obrigar os estrangeiros a esperar fora do território americano pelo encontro com um juiz do país, que avaliará seu requerimento de asilo. 

    Katarlo Gomez Cardomo, um homem de Honduras, foi o primeiro a ser extraditado, segundo um correspondente da AFP em Tijuana, cidade mexicana fronteiriça próxima a São Diego, na Califórnia. A imigração o conduziu até uma van e o levou para um abrigo de refugiados. A embaixada dos Estados Unidos na Cidade do México confirmou em um comunicado que Washington começou a implementar a nova política, que críticos afirmam colocar os migrantes em risco.

    Indo contra as preocupações, a embaixada se alinhou à nomenclatura utilizada pelo Departamento de Segurança Interna americana, chamando as manobras de “protocolos de proteção aos migrantes.” O órgão ainda argumentou que os pedidos de asilo aumentaram 2.000% nos últimos cinco anos. Anunciada em 2018, a nova política visa o fim do que Trump chama de “prende e solta”, que permite aos estrangeiros cruzar a fronteira sem os documentos necessários e então pedir refúgio enquanto seus casos correm na justiça.

    “Muitos migrantes em potencial sabem que buscar refúgio lhes dá a oportunidade de permanecer nos Estados Unidos mesmo que não tenham um argumento válido para o pedido. A maioria desses argumentos não atende aos requisitos necessários. De fato, nove em cada 10 solicitações de asilo são rejeitadas por um juiz migratório”, explicou a sede diplomática.

    Agora, os migrantes que entrarem nos Estados Unidos serão fichados pelas autoridades migratórias, notificados para comparecer a uma futura audiência em um tribunal, e retornarão ao México, onde ficarão enquanto durar o processo.

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    Aqueles cujos argumentos forem considerados válidos pelos juízes americanos receberão status de refugiado e poderão permanecer nos Estados Unidos, e os que carecerem de argumentos válidos serão repatriados para seus países de origem.

    Segundo ativistas, migrantes vêm sendo torturados, estuprados e mortos em regiões violentas da fronteira mexicana, e a nova postura violaria o direito dessas pessoas, que estão sob risco real de vida, de se proteger nos Estados Unidos.

    O México disse anteriormente que “não concorda com a medida unilateral”, mas consentiu “por razões humanitárias e de maneira temporária” a receber os estrangeiros que os Estados Unidos expulsar, desde que “recebam uma convocação para comparecer perante um juiz migratório” americano.

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    Autoridades do país dizem que os planos de Trump incluem o transporte de 20 pessoas por dia ao posto de Tijuana, e eventualmente irá se expandir para outros locais da fronteira de mais de 3 kilômetros. 

    Em novembro, uma caravana com milhares de centro-americanos, composta principalmente de famílias com crianças, chegou à cidade mexicana com a intenção de cruzar a fronteira em direção aos Estados Unidos, onde buscavam fugir da pobreza e violência de seus países. Desde então, outras expedições empreenderam viagens em direção ao “sonho americano”.

     

    (com AFP)

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