O presidente russo, Vladimir Putin, autorizou operações em larga escala para interferir nas eleições americanas de 2020 e enfraquecer a campanha presidencial de Joe Biden, por consequência apoiando a reeleição de Donald Trump. A avaliação foi feita em um relatório sobre a interferência eleitoral divulgado pelo Escritório do Diretor de Inteligência Nacional nesta terça-feira, 15. O documento também revelou ações similares do Irã, mas não da China.
“O Estado russo e os atores representativos que servem aos interesses do Kremlin trabalharam para afetar as percepções públicas dos Estados Unidos de uma maneira consistente”, afirma o relatório. “Avaliamos que os líderes russos preferiram que o ex-presidente Tump ganhasse a reeleição, apesar de perceber algumas das políticas de seu governo como anti-Rússia. Temos grande confiança nesta avaliação”.
O documento representa a avaliação de inteligência mais abrangente dos esforços estrangeiros para influenciar o pleito de 2020. Além da Rússia, o Irã também adotou medidas similares.
Para autoridades da inteligência, a China considerou esforços para influenciar a eleição. Mas, no final das contas, concluiu que qualquer operação desse tipo fracassaria e provavelmente sairia pela culatra.
Um relatório complementar dos Departamentos de Justiça e Segurança Interna também rejeitou as falsas alegações promovidas pelos aliados de Trump nas semanas após a eleição de que a Venezuela ou outros países estrangeiros fraudaram a eleição.
Os relatórios, compilados por funcionários de carreira, indicam um repúdio a Trump, seus aliados e alguns de seus principais funcionários da administração. Eles rejeitaram categoricamente as alegações de fraude eleitoral estrangeira, lançaram dúvidas sobre as acusações republicanas de intervenção chinesa em nome dos democratas e minaram as alegações que Trump e seus aliados espalharam sobre o trabalho da família Biden na Ucrânia.
Apesar de não citá-los especificamente, há referências ao trabalho do ex-advogado pessoal de Trump, Rudolph W. Giuliani, que insistiu implacavelmente em alegações de corrupção sobre Biden e sua família envolvendo a Ucrânia.
Algumas das informações no relatório de inteligência foram divulgadas nos meses que antecederam a eleição, refletindo um esforço da comunidade de inteligência em divulgar mais informações sobre operações estrangeiras durante a temporada de campanha, depois que sua relutância em fazê-lo em 2016 ajudou a espalhar a desinformação.