A Confederação de Estudantes do Chile (Confech) aceitou nesta terça-feira iniciar o diálogo com o governo chileno, após quase cinco meses de protestos, mas os alunos não voltarão às aulas para manter a pressão. “Seremos parte deste espaço (de diálogo) para continuar com nossa luta constante pela gratuidade do ensino chileno e sua democratização, eixos para se construir um sistema público de qualidade”, disse o líder estudantil Georgio Jackson em entrevista coletiva.
Os estudantes resolveram não voltar às aulas, paralisadas em alguns colégios e universidades do Chile há quase cinco meses, apesar de ser uma das exigências do governo para a retomada das negociações. “O início deste diálogo não condiciona nossa forma de mobilização. A volta às aulas dependerá da vontade do governo para responder efetivamente às demandas do movimento e às determinações de cada comunidade educativa”, destacou a líder estudantil Camila Vallejo.
A instalação da mesa de diálogo foi possível após o governo flexibilizar, neste final de semana, sua posição sobre algumas exigências dos estudantes, como retirar o caráter de urgência à tramitação de dois projetos de lei sobre educação enviados ao Congresso sem o aval do movimento estudantil. O governo já havia aceitado deixar o diálogo mais transparente com a elaboração de atas das reuniões e a fiscalizar com maior rigor as contas das universidades particulares.
(Com France-Presse)