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‘Estados Unidos não serão intimidados pela China’, diz Casa Branca

Fala do governo americano foi uma resposta ao comentário de Pequim sobre provável visita da presidente da Câmara, Nancy Pelosi, a Taiwan nesta semana

Por Matheus Deccache 1 ago 2022, 18h16
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  • Reconhecendo que espera que a China intensifique sua resposta a uma possível visita a Taiwan da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Casa Branca afirmou nesta segunda-feira, 1, que os EUA não serão intimidados. 

    De acordo com o porta-voz de segurança nacional do governo americano, John Kirby, as ações chinesas podem incluir o lançamento de mísseis perto da ilha, atividades aéreas ou navais em larga escala ou outras “reivindicações legais espúrias”, como a afirmação de Pequim de que o Estreito de Taiwan não é uma via navegável internacional. 

    “Nós não vamos morder a isca ou nos envolver em golpes de sabre. Ao mesmo tempo, não seremos intimidados”, disse o porta-voz à agência de notícias Reuters, completando que Pelosi tem o direito de visitar Taiwan quando bem entender. 

    + Mesmo entre controvérsias, líder da Câmara dos EUA deve visitar Taiwan

    Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que as Forças Armadas chinesas não irão “esperar sentadas” a visita da líder da Câmara, no que é a mais direta ameaça militar desde que a visita começou a ser especulada.

    Para a Casa Branca, a possível viagem não irá mudar a política dos Estados Unidos em relação a Taiwan. Segundo Washington, Pequim está bem ciente de que a divisão de poderes dentro do governo americano significava que Pelosi tomaria suas próprias decisões sobre a visita.

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    “Um presidente da Câmara já visitou Taiwan antes, sem incidentes, assim como muitos membros do Congresso, incluindo este ano”, disse Kirby.

    Kirby completou dizendo que a China parece estar se posicionando para tomar outras medidas nos próximos dias em resposta à possível visita e que a Casa Branca espera mais “retórica irresponsável” sobre o assunto, ainda que o governo procure manter linhas de comunicação com Pequim.

    De acordo com a emissora americana CNN, a política deve passar a noite em Taiwan, citando uma autoridade taiwanesa, mas ainda não está claro qual dia Pelosi chegará a Taipei. Segundo autoridades do governo americano, o Departamento de Defesa vai monitorar qualquer movimento chinês na região 24 horas por dia e garantir a segurança de Pelosi.

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    + Rússia alerta EUA contra movimentos ‘provocativos’ em direção à China

    Taiwan é uma ilha autônoma que a China reivindica como parte de seu território, e seu status é uma das maiores controvérsias na relação do gigante asiático com os Estados Unidos. O presidente Joe Biden e seu colega chinês Xi Jinping discutiram o assunto em um telefonema de mais duas horas na quinta-feira 28, quando Xi afirmou que “aqueles que brincam com fogo perecerão”.

    No mês passado, Biden disse que os militares americanos se opuseram à visita de Pelosi a Taiwan. Depois, a Casa Branca afirmou que cabe à líder da Câmara decidir para onde ela viaja. Mesmo assim, funcionários do governo – inclusive secretário de Defesa Lloyd Austin – reuniram-se com Pelosi e sua equipe para explicar os riscos de uma visita a Taiwan.

    O governo toma cuidado extra com a segurança dela porque a líder da Câmara está na linha de sucessão presidencial. Além disso, o momento da viagem é particularmente tenso, porque Xi está começando a campanha para buscar um terceiro mandato no Partido Comunista Chinês e deve aumentar suas demonstrações de força nas próximas semanas.

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    Os Estados Unidos temem que a China possa estar confundindo a visita de Pelosi com uma visita oficial do governo, já que ela e Biden são ambos do Partido Democrata. Isso pode levar a um mal-entendido sobre o significado de sua parada em Taiwan.

    + ‘Aqueles que brincam com fogo perecerão’, diz Xi a Biden sobre Taiwan

    Pelosi é uma crítica enérgica do Partido Comunista Chinês. Nos últimos anos, ela expressou apoio aos protestos pró-democracia em Hong Kong e se encontrou com dissidentes pró-democracia e com o Dalai Lama – o líder espiritual tibetano exilado que continua sendo uma pedra no sapato do governo chinês.

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