Estados Unidos anunciam rompimento de relações com a OMS
Regras comerciais para Hong Kong também mudarão como retaliação à China, por ameaçar a autonomia do território
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira, 29, que seu país está “terminando” a relação com a Organização Mundial da Saúde (OMS) por ter falhado em conter a pandemia de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Trump também declarou que irá retirar o status especial de comércio de Hong Kong, uma vez que não reconhece mais a autonomia do território em relação à China.
“Como eles não fizeram as reformas solicitadas e muito necessárias, encerraremos nosso relacionamento com a Organização Mundial de Saúde e redirecionaremos esses fundos para outras necessidades de saúde pública mundial urgentes e globais”, disse Trump à imprensa nos jardins da Casa Branca.
Trump acusou a China der ter deixado viajantes infectados se espalharem ao redor do mundo, inclusive nos Estados Unidos, enquanto implementava políticas de quarentena em Wuhan, cidade na qual o vírus surgiu. Anteriormente, Washington havia congelado os repasses que chegavam a 500 milhões de dólares para a OMS, o equivale a 15% do orçamento da organização.
A China, por outro lado, prometeu aumentar para dois bilhões de dólares a sua contribuição para a organização.
Hong Kong
Trump elevou o tom contra as práticas comerciais chinesas, que, em seu ponto de vista, desfavorecem a economia americana. Como punição, os Estados Unidos vão retirar os privilégios de comércio para Hong Kong e proibir a entrada de cidadãos chineses que sejam considerados como “risco potencial”.
“Meu anúncio de hoje afetará um amplo número de acordos que temos com Hong Kong”, disse, incluindo “ações para revogar o status preferencial de Hong Kong como um território de comércio e viagem separados do resto da China”.
A mudança da política americana para o território semi-autônomo ocorre após a China ter aprovado uma nova lei de segurança nacional na reunião anual de seu Parlamento. A nova legislação, deverá “impedir, deter e reprimir qualquer ação que ameace de maneira grave a segurança nacional, como o separatismo, a subversão, a preparação, ou a execução de atividades terroristas, assim como as atividades de forças estrangeiras que constituem uma interferência nos assuntos de Hong Kong”.
Trata-se de uma clara postura rígida de Pequim para coibir os movimentos pró-democracia na ilha. Na quarta-feira 27, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que os Estados Unidos não mais reconheciam a autonomia de Hong Kong e prometera represálias contra a China.