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Rússia revisa números, e mortes por Covid-19 duplicam em Moscou

Novos dados registram 1.561 óbitos na capital russa, e não 639, como antes anunciado; nova metodologia deve aumentar número de mortos em todo o país

Por Da Redação
Atualizado em 29 Maio 2020, 16h44 - Publicado em 29 Maio 2020, 16h21

O Departamento de Saúde de Moscou reavaliou dados sobre a pandemia de coronavírus e anunciou nesta sexta-feira, 29, que o número de mortes na cidade mais do que dobrou. Segundo os novos números oficiais, 1.561 pessoas morreram na capital da Rússia devido à Covid-19, doença respiratória causada pelo vírus – e não 639, como anunciado inicialmente.

As autoridades de saúde enfatizaram que a nova lista é mais abrangente, incluindo casos “controversos e discutíveis”. O número de mortos foi revisado a partir de exames post mortem, em que o coronavírus fora identificado como causa de morte para 169 pessoas que haviam testado negativo quando vivas.

Além disso, 756 pessoas cujas mortes haviam sido atribuídas a outras causas em abril apresentaram resultado positivo para coronavírus. O departamento disse que, na verdade, o vírus é um fator significativo, desempenhando o papel de “catalisador” de outras condições de saúde.

Segundo a emissora britânica BBC, é provável que a nova metodologia de contagem leve a um aumento no número de mortos em todo o país.

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Após o reconhecimento da subnotificação, a Rússia anunciou 232 novas mortes, o maior aumento diário no país até agora, e 8.572 novas infecções. Mesmo com a queda no número de casos diários, que atingiu o pico de mais de 11.000 no início deste mês, os hospitais da segunda maior cidade da Rússia, São Petersburgo, estão funcionando com capacidade máxima.

A Rússia tem o terceiro maior número de casos no mundo, 387.623, atrás apenas dos Estados Unidos e do Brasil. O número oficial de mortes é apenas 4.374.

O governo alega que a baixa taxa de mortalidade se deve ao massivo programa de testes do país, mas o histórico de desinformação da Rússia leva muitos especialistas a acreditarem que os números são, de fato, muito mais altos. Desde que a pandemia chegou a Moscou no início de março, a mídia local contestou os dados do governo. Em resposta, repórteres foram acusados ​​de espalhar notícias falsas e fazer distorções.

A BBC reporta que a mídia sente-se ameaçada na Rússia. Na quinta-feira 28, um grupo de jornalistas russos foi preso em Moscou por realizar protestos individuais contra a prisão por 15 dias de um colega de profissão, Ilya Azar. Os jornalistas acusaram a polícia de usar o surto de Covid-19 para reprimir ativistas. A maioria já foi libertada, com acusações.

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Policiais russos prendem mulher por protesto individual em apoio ao jornalista Ilya Azar, detido por ter feito uma manifestação durante a quarentena – 29/05/2020 (Maxim Shemetov/Reuters)

Reabertura

Moscou, epicentro da pandemia na Rússia, anunciou neste mês o processo de relaxamento do bloqueio restrito em vigor desde o fim de março. Lojas de produtos não alimentícios, lavanderias e oficinas devem abrir na segunda-feira, 1º de junho. O prefeito da capital também disse que a população pode passear nos parques – utilizando máscaras e mantendo distância entre as pessoas – e praticar esportes pela manhã. Outras províncias já flexibilizaram suas restrições.

No início desta semana, o presidente Vladimir Putin anunciou que a Rússia realizará no dia 24 de junho um desfile militar para celebrar o aniversário de 75 anos da derrota nazista na Segunda Guerra Mundial. Segundo o líder russo, o país passou do pico da pandemia que forçou o Kremlin a adiar as celebrações, marcadas inicialmente para o dia 9 de maio.

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A mídia russa reportou que o Kremlin agora também planeja acelerar outro evento da agenda política de Putin – o plebiscito sobre emendas constitucionais que podem permitir que ele permaneça no comando até 2036. A votação, que aconteceria em abril, foi adiada por causa do surto.

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