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Espanha: Justiça anulou em 2015 extradição de mentor dos ataques

Segundo a imprensa, as autoridades belgas também solicitaram informações à polícia espanhola sobre um possível vínculo do imã com o terrorismo islâmico

Por Da redação
Atualizado em 23 ago 2017, 17h15 - Publicado em 23 ago 2017, 17h03
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  • Um juiz anulou, em 2015, a expulsão do imã Abdelbaki es Satty, mentor dos ataques que deixaram 15 mortos na semana passada na região de Barcelona. A Justiça espanhola considerou que o religioso morto na explosão de uma casa em Alcanar “não era perigoso” e estava “tentando se integrar” ao país.

    Segundo a imprensa local, o imã de Ripoll, como era conhecido, deveria ter sido expulso do país após cumprir quatro anos de prisão por tráfico de drogas. Mas, após um recurso de sua defesa, o juiz Pablo de la Rubia concordou que ele não representava “ameaças reais” e permitiu que ficasse na Espanha.

    Es Satty era imã em Ripoll, na província de Girona, e é considerado o líder da célula terrorista ligada ao Estado Islâmico (EI) que planejou os ataques da semana passada. O grupo tinha como alvo a basílica da Sagrada Família, mas por causa de uma explosão acidental em Alcanar, antecipou seus planos e executou ataques improvisados em La Rambla e Cambrills.

    O imã morreu na explosão da casa, localizada na província de Tarragona, onde o grupo preparou os atentados durantes meses. De acordo com a imprensa espanhola, doze pessoas faziam parte da célula terrorista. Quatro delas foram presas e oito morreram.

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    Segundo o jornal El País, assim que o imã saiu da cadeia, tentou pedir emprego em uma mesquita na cidade belga de Vilvoorde, nos arredores de Bruxelas. O prefeito local, Hans Bonte, disse que es Satty foi rejeitado após se negar a entregar um documento que provava que não tinha antecedentes criminais.

    Na mesma época, as autoridades de segurança belgas solicitaram informações à polícia espanhola sobre um possível vínculo do religioso com o terrorismo islâmico, após suspeitarem de seu comportamento em Vilvoorde. O pedido foi respondido com uma negativa no dia 8 de março de 2016.

    Se provadas verdadeiras, as recentes revelações da imprensa poderiam corroborar a tese de que a polícia espanhola deixou passar grandes pistas que poderiam ter sido cruciais nas investigações prévias sobre a célula terrorista comandada por Abdelbaki es Satty.

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    Investigações

    Os investigadores continuam as buscas por possíveis conexões – dentro e fora da Espanha – da célula extremista. Os esforços já se estenderam para o Marrocos, país de origem da maioria dos suspeitos; assim como França e Bélgica, lugares para onde aparentemente teriam viajado antes de cometer os atentados.

    Durante as buscas na casa usada de base para os atentados, os investigadores concluíram que o cinturão de explosivos encontrado entre os escombros do imóvel é autêntico. Também foram achados 120 bicos de gás de butano, 500 litros de acetona e produtos como água oxigenada e bicarbonato para fabricar material explosivo, bem como uma grande quantidade de cravos.

    Segundo um dos quatro suspeitos que compareceram nesta terça-feira diante de um juiz da jurisdição antiterrorista, o imã Abdelbaki es Satty planejava usar o cinturão e os outros explosivos em um grande atentado suicida em Barcelona.

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