O escritor iraquiano Alaa Mashzoub foi assassinado neste sábado 2 na frente de sua casa, na cidade de Karbala, ao sul de Bagdá. Claramente considerado como execução, o crime vem causando indignação na comunidade literária internacional.
O romancista, de 50 anos, recebeu “mais de dez” tiros, segundo o comandante da polícia de Karbala, Abdel Abbas Mohammed. Os responsáveis pela morte ainda não foram identificados. A polícia abriu uma investigação sobre o assassinato, que não foi reivindicado por nenhum grupo, segundo acrescentou o comandante.
A União Geral de Escritores informou que Mashzoub foi morto em plena luz do dia, quando voltava para casa, depois de sair de uma reunião semanal dessa associação. A organização culpou as autoridades iraquianas pela “incapacidade de manter a segurança pública” e de “proteger os escritores”.
Mashzoub, nascido em 1968, publicou mais de 15 livros, entre eles O Caos da Nação, de 2004, selecionado como um dos melhores livros da Feira do Livro de Abu Dhabi daquele ano.
O autor, que também publicava artigos em vários jornais, nos quais se mostrava crítico aos partidos políticos religiosos e defensor das liberdades civis. O Ministério de Cultura do Iraque afirmou em comunicado que Mashzoub era “um dos mais distintos criadores e literatos” do Iraque.
A organização não-governamental Centro do Golfo para os Direitos Humanos condenou o crime, que se soma a uma série de assassinatos de jornalistas, bloggers, defensores dos direitos humanos e advogados “que continuam valentemente trabalhando, apesar dos riscos de violência”.
Artistas e intelectuais de Karbala realizaram um protesto na cidade em a homenagem a Mashzoub no domingo 3. “Isto é um assassinato de palavras – palavras livres, honestas e belas”, disse o escritor Ali Lefta Said à agência de notícias AFP.
(Com EFE)