Escola que treinou piloto da Germanwings é processada por familiares das vítimas
Andreas Lubitz, que provocou o acidente que matou 150 pessoas no ano passado, frequentou o Centro de Treinamento de Linha Aérea do Arizona
Mais de 80 famílias das vítimas fatais do voo 9525 da Germanwings entraram com uma ação contra a escola de aviação americana em que o copiloto Andreas Lubitz treinou. O acidente que terminou na morte de 150 pessoas foi provocado por um ato suicida de Lubitz nos Alpes franceses, no dia 24 de março de 2015. O processo que foi encaminhado a um tribunal em Phoenix tem como alvo o Centro de Treinamento de Linha Aérea do Arizona. A ação alega que o instituto deve ser responsabilizado pelas perdas, já que não teve êxito em detectar os problemas médicos do piloto.
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Enquanto fazia o curso preparatório da Lufthansa, que pertence ao mesmo grupo que comanda a Germanwings, Lubitz teria sido suspenso de suas atividades acadêmicas por aproximadamente dez meses para tratamento de depressão. Em 2010, após retornar à Lufhtansa com diagnóstico de que havia se curado e que não precisava de medicações, foi enviado aos EUA para reiniciar o treinamento aéreo.
A ação lembra que autoridades alemãs rejeitaram os pedidos de admissão de Lubitz em duas ocasiões devido a seu histórico de depressão. Em julho de 2009, emitiram certificado médico que incluía restrições e pedidos de invalidez caso apresentasse recaídas. De acordo com a peça, se a escola do Arizona tivesse analisado a restrição médica ao piloto, teriam visto que ele havia sido hospitalizado com diagnóstico de depressão e tratado com medicamentos que o proibiam de voar.
Para o advogado Marc S. Moller, que representa o lado dos familiares, havia evidências claras de que o piloto não estava qualificado para exercer a profissão. “O histórico de depressão particular de Lubitz e de instabilidade mental fez dele uma bomba-relógio suicida, sendo acionada quando sob estresse do dia-a-dia e de seu trabalho enquanto piloto”, disse. O presidente da escola, Matthias Kippenberg, e a Lufthansa não responderam aos pedidos de esclarecimento.
(Com Estadão Conteúdo)