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Enviado de paz e diplomatas sírios se reunirão em Moscou

Conversas acontecerão na Rússia devido à longa aliança entre Kremlin e a Síria

Por Da Redação
27 dez 2012, 10h17
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  • Nesta quinta-feira, autoridades da Síria mantiveram conversações em Moscou, como parte de um esforço diplomático para colocar fim ao conflito sírio, que já dura 21 meses, informou o Ministério das Relações Exteriores russo. A Rússia também receberá no próximo sábado o enviado de paz para a Síria, Lakhdar Brahimi, que realizou uma série de reuniões em Damasco nesta semana, inclusive com o ditador Bashar Assad, sem detalhar o conteúdo das negociações. Agora, as conversas devem se manter centradas na Rússia, aliada de longa data da Síria.

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    O vice-chanceler sírio, Faisal Makdad, e um assessor dele se reuniram no Ministério de Relações Exteriores da Rússia por menos de duas horas nesta quinta-feira, mas se recusaram a revelar quaisquer detalhes da visita. Uma fonte do ministério havia dito que eles iriam se reunir com o chanceler Sergei Lavrov e o enviado do Kremlin para assuntos do Oriente Médio, Mikhail Bogdanov. Fontes sírias e libanesas disseram que Makdad tinha sido enviado a Moscou para discutir os detalhes de um plano de paz proposto por Brahimi.

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    Mais cedo, Brahimi pediu uma mudança real na Síria, com um governo de transição com plenos poderes e que dirigiria o país até a realização de eleições. O enviado não informou o que acontecerá com Assad, depois que a Rússia desmentiu ter firmado um acordo com os EUA para que o ditador permanecesse em seu cargo até o fim de seu mandato atual, em 2014, sem poder se candidatar à reeleição. As potências mundiais acreditam que a Rússia, que tem dado a Assad ajuda militar e diplomática para enfrentar a rebelião, é ouvida pelo governo sírio e tem de ser um participante-chave nas negociações de paz.

    “A mudança exigida não pode ser cosmética, o povo sírio precisa e exige uma mudança real, e tudo isso o mundo entendeu”, declarou Brahimi em uma coletiva de imprensa em Damasco. “É preciso formar um governo com todos os poderes, que assumirá durante o período de transição. Este período transitório terminará com eleições”, declarou o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, sem indicar quando estas eleições seriam realizadas. “O período de transição não tem que conduzir ao colapso do estado e de suas instituições”, afirmou.

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    Diplomacia – Uma fonte diplomática do Conselho de Segurança da ONU indicou na quarta-feira que Brahimi não recebeu o apoio de nenhuma das partes desde que chegou à Síria, no último domingo. Não haveria nenhuma vontade negociadora por parte de Assad, já que o chefe de estado se apoia em uma “jovem guarda” partidária de uma guerra sem concessões, segundo os especialistas. Por sua vez, os rebeldes também rejeitaram as soluções propostas por Brahimi e insistiram que Assad e todas as autoridades políticas, militares e de segurança devem deixar o poder.

    Brahimi deve se reunir com líderes russos no sábado, a pedido seu. A Rússia afirmou em várias oportunidades que não apoiará Assad, mas que tampouco tentará convencê-lo a renunciar, por considerar que corresponde aos sírios decidir o futuro de seu país. Também no plano diplomático, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se reuniu recentemente em Amã com o rei da Jordânia, Abdullah II, para falar da situação na Síria, como a questão das armas químicas que estariam em poder de Assad, segundo afirmou nesta quinta-feira a rádio israelense.

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    Guerra – Pelo menos quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta quinta-feira, em sua maioria estudantes, devido à explosão de um carro-bomba na região de Al Sabina, na periferia de Damasco, informou a rede de televisão estatal. A emissora disse que um grupo de “terroristas” detonou o veículo na hora em que os estudantes chegavam em uma escola. Já a agência de notícias Sana informou que as forças de segurança desativaram grandes quantidades de explosivos encontrados em um caminhão nas proximidades da escola Saad al Zawari, na cidade de Al Reqa, no norte da Síria.

    A guerra na Síria deixou mais de 45.000 mortos, em sua maioria civis, desde o início da mobilização contra o regime de Assad, há 21 meses, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). Todos os esforços de paz anteriores foram infrutíferos. As potências mundiais ficaram divididas sobre o conflito, que se tornou uma luta cada vez mais sectária entre os rebeldes, em sua maioria muçulmanos sunitas, e as forças de segurança de Assad, formadas principalmente a partir da minoria alauíta, de origem xiita, enraizada no poder.

    (Com agência Reuters, France-Presse e EFE)

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