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Embaixador dos EUA retorna a Trípoli depois de oito meses

Tropas do novo governo tomam redutos pró-Kadafi, mas sofrem baixas em Sirte

Por Da Redação
21 set 2011, 17h22

O embaixador dos Estados Unidos na Líbia, Gene Cretz, chegou nesta quarta-feira a Trípoli. Ele vai liderar a reabertura da embaixada americana no período de transição política do país após o sumiço do ditador Muamar Kadafi. Os planos são de erguer a bandeira dos rebeldes líbios no prédio do órgão.

Entenda o caso

  1. • A revolta teve início no dia 15 de fevereiro, quando 2.000 pessoas organizaram um protesto em Bengasi, cidade que viria a se tornar reduto da oposição.
  2. • No dia 27 de março, a Otan passa a controlar as operações no país, servindo de apoio às tropas insurgentes no confronto com as forças de segurança do ditador, que está no poder há 42 anos.
  3. • Após conquistar outras cidades estratégicas, de leste a oeste do país, os rebeldes conseguem tomar Trípoli, em 21 de agosto, e, dois dias depois, festejam a invasão ao quartel-general de Kadafi.
  4. • A caçada pelo coronel continua. Logo após ele divulgar uma mensagem em que diz que resistirá ‘até a vitória ou a morte’, os rebeldes ofereceram uma recompensa para quem o capturar – vivo ou morto.

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O presidente americano, Barack Obama, já havia anunciado o retorno de Cretz na terça-feira durante seu discurso na ONU, no qual prometeu ao povo líbio que os EUA ajudariam no período de transição. O embaixador havia saído do país em janeiro para consultas em Washington, após o site WikiLeaks divulgar mensagens que havia enviado aos EUA sobre Kadafi, sua vida e hábitos pessoas em 2009.

Também nesta quinta-feira, as forças do Conselho Nacional de Transição (CNT) tomaram Sebha e Wadan, duas importantes cidades no deserto do sul da Líbia. Porém, sofreram muitas baixas na ofensiva contra Sirte, outro reduto de partidários do ex-líder Muamar Kadafi.

“Controlamos totalmente a cidade de Sebha. Todos, incluindo os pró-Kadhafi, estão agora com a revolução”, declarou Abdelmajid Seifenasr, líder local do CNT. Segundo ele, quatro combatentes do novo regime e onze pró-Kadafi morreram durante os combates na cidade.

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Sebha, 750 quilômetros ao sul de Trípoli, era um importante objetivo dos combatentes do CNT. A cidade de Wadan, no deserto de Djofra, também foi “libertada”. O CNT controla 70% da região, segundo Mustafá el Huni, líder local.

Confrontos – Os pró-Kadafi bombardearam a cidade de Hun, tomada nesta quinta-feira pelas forças do novo regime, e deixaram dezenas de mortos e feridos, segundo testemunhas. Já em Sirte (360 quilômetros ao leste de Trípoli), cidade natal de Kadafi onde ocorreram intensos combates, as tropas do CNT sofreram muitas baixas.

Desde a semana passada, ao menos 45 combatentes do CNT morreram e 200 outros ficaram feridos, informaram fontes médicas em Misrata, cidade situada 200 quilômetros a leste da capital Trípoli. No dia 15 de setembro, com a ajuda dos bombardeios quase diários da Otan, os combatentes do novo regime conseguiram entrar em Sirte pelo oeste e pelo sul. No entanto, os confrontos prosseguem na frente leste da cidade, onde forças leais a Kadafi mantêm uma inesperada resistência.

Em Sirte, “a maioria dos moradores apoia Kadafi”, disse Zuber al-Gadir, porta-voz do Conselho Militar de Misratah. Em Bani Walid, uma região de terreno acidentado, os combates foram retomados na terça-feira. Mas as tropas do CNT, que estão a aproximadamente 20 quilômetros da cidade, têm dificuldades para avançar devido ao terreno e a uma grande presença de franco-atiradores.

“Um comboio do Programa Mundial de Alimentos distribuiu 137 toneladas de alimentos no domingo em Schmaij, para onde milhares de pessoas fugiram depois dos combates em Bani Walid”, disse o porta-voz da organização.

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Intervenção – A Otan decidiu nesta quinta-feira, como esperado, prolongar por três meses sua intervenção militar na Líbia. Iniciada em 31 de março, a missão já foi prolongada por 90 dias no dia primeiro de junho. Muamar Kadafi, foragido desde a queda de Trípoli no final de agosto, teve suas palavras transmitidas por uma gravação apresentada pela rede árabe de televisão Arrai considerando os acontecimentos mais recentes como uma “farsa” e fazendo um apelo aos líbios para “não acreditarem na mudança de regime”.

O chefe do CNT, Mustafá Abdul Jalil, de visita a Nova York, disse ao presidente Obama que acredita que Kadafi ainda está na Líbia. O número dois do CNT, Mahmud Jibril, também em Nova York, afirmou que a Líbia terá um novo governo formado “dentro de uma semana até dez dias no máximo”.

Reconhecido pela ONU como representante do povo líbio, o CNT anunciou no dia 2 de setembro que deve liderar o país até as eleições de uma Assembleia Constituinte dentro de oito meses, antes das eleições gerais. A União Africana, que durante muito tempo se mostrou reticente quanto ao CNT, finalmente reconheceu o órgão político do novo poder como representante legítimo da Líbia.

(Com agência France-Presse)

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