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Em visita história ao Iraque, Papa Francisco pede que ‘calem as armas’

Pontífice afirmou que se sentia obrigado a fazer o que chamou de viagem 'emblemática', apesar de dificuldades, porque país 'foi martirizado por tantos anos'

Por Da Redação 5 mar 2021, 17h46

Na primeira visita de um pontífice ao Iraque, o papa Francisco desembarcou em Bagdá nesta sexta-feira 5, em um aceno à castigada comunidade cristã do país, brutalmente perseguida pelo grupo extremista Estado Islâmico, que ocupou amplas faixas do território iraquiano por três anos. Além de fornecer apoio moral às minorias cristãs sitiadas na região, a visita também tem objetivo de construir pontes com o mundo muçulmano e marca uma quebra de paradigmas à medida que o Vaticano tentava há duas décadas levar um papa à terra natal de Abraão.

Antes mesmo de pousar, o papa afirmou a repórteres presentes no voo da companhia aérea Alitalia que se sentia obrigado a fazer o que chamou de uma viagem “emblemática”, apesar das dificuldades, porque o país “foi martirizado por tantos anos”.

Ele foi saudado ao pé da escada do avião pelo primeiro-ministro iraquiano, Mustafa Al-Kadhimi, e por duas crianças em trajes tradicionais que lhe ofereceram flores. Na recepção oficial no palácio presidencial, ele fez um apelo para que os iraquianos finalmente dessem uma chance aos pacificadores. “Que calem as armas e que haja o fim dos atos de violência e extremismo”, disse.

Em discurso, parecendo cansado no início de sua primeira viagem internacional em 16 meses, o papa também criticou os interesses faccionais e estrangeiros que desestabilizaram o Iraque e toda a região e atingiram mais duramente os civis.

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“O Iraque sofreu os efeitos desastrosos das guerras, o flagelo do terrorismo e os conflitos sectários muitas vezes baseados em um fundamentalismo incapaz de aceitar a coexistência pacífica de diferentes grupos étnicos e religiosos”, disse.

Pouco depois, o pontífice visitou uma igreja na capital onde homens armados mataram cerca de 50 fiéis em 2010. As mortes em ataques motivados pela religião, segundo ele, servem como lembrete de que “a violência ou o derramamento de sangue são incompatíveis com os ensinamentos religiosos autênticos”.

Em apenas três dias, o pontífice irá ao sul do Iraque, a Ur dos Caldeus, e ao norte, para a planície de Nínive e cidades de Mossul e Qaraqosh, destruídas pelo Estado Islâmico e onde se concentrava a população cristã, que ficou reduzida pela metade. Francisco também visitará Erbil, capital do Curdistão, que deu abrigo aos fugitivos dos jihadistas.

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Mesmo se as multidões de fiéis sejam menores que o esperado, especialistas em doenças infecciosas expressaram preocupação com a turnê, devido ao aumento acentuado das infecções pelo novo coronavírus no país – que, para completar, possui um sistema de saúde frágil por conta de anos de crise econômica. Os eventos podem gerar riscos de “superpropagação”, reporta o portal Politico.

Os organizadores da turnê prometeram impor a obrigatoriedade do uso de máscaras, distanciamento social e capacidades limitadas de lotação, assim como a possibilidade de aumentar os locais de teste. Enquanto isso, o Vaticano tomou suas próprias precauções, vacinando o papa de 84 anos, toda sua comitiva de 20 membros e os mais de 70 jornalistas que o acompanharão no avião papal.

O problema é que os iraquianos que irão assistir às missas de Francisco, ouvir seus discursos e participar de suas reuniões de oração não estão vacinados. A campanha só começou na terça-feira 2, depois que a China presenteou a nação com 500.000 doses do imunizante da Sinopharm. A Organização Mundial da Saúde respondeu diplomaticamente à situação, dizendo que o governo deveria avaliar o status da pandemia para tomar decisões.

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